O advogado criminalista Silvio Vieira da Silva, morto a tiros em Fortaleza na última segunda-feira (5), teria sido vitimado por não soltar da prisão um integrante de uma facção criminosa. A informação está contida em um documento do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) a que o GCMAIS teve acesso, tratando sobre o caso.
Ele teria sido atraído ao local do crime para buscar um pagamento por serviços prestados no campo da advocacia, no valor de R$ 4 mil. A polícia investiga o crime como uma possível emboscada. A ocorrência se deu na comunidade conhecida como Campo da Fumaça, considerada uma área dominada por uma facção criminosa do Rio de Janeiro.
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Advogado teria sido morto porque não conseguiu soltar integrante de facção criminosa
A vítima foi atingida por quatro disparos de arma de fogo enquanto estava dentro do próprio veículo, estacionado em uma via pública da região. Segundo o inquérito policial, não era comum que o advogado buscasse pagamentos fora de seu escritório ou em locais que não fossem públicos. Entretanto, desde o sábado (3), ele teria recebido ligações insistentes para buscar a quantia no Genibaú, sob a justificativa de que o cliente não poderia fazer uma transferência bancária. Testemunhas relataram que três suspeitos abordaram o advogado e fugiram a pé após os disparos.
Prisões
A Polícia Militar do Ceará (PMCE) prendeu, horas depois, dois homens suspeitos de envolvimento no homicídio. Pedro Guilherme Bandeira Lourenço, conhecido como “Lorim”, de 24 anos, e Francisco Robert Teixeira de Mesquita, o “Itapagé”, de 20 anos, já possuem passagens pela polícia por homicídio, porte ilegal de arma e receptação.
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Com os suspeitos, foram apreendidos quatro revólveres calibres .32 e .38, cerca de 70 munições, rádios comunicadores, drogas, pinos utilizados para armazenar cocaína e dinheiro em espécie. Durante os depoimentos, ambos apresentaram versões contraditórias e consideradas falsas pelos investigadores, reforçando a suspeita de participação no crime. As prisões em flagrante foram convertidas em preventivas e os homens foram autuados por homicídio doloso, tráfico de drogas, porte ilegal de arma e receptação. O caso está sendo investigado pela 2ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Repercussão
Silvio era conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Ceará (OAB-CE), que decretou luto oficial de três dias, após o ocorrido, por meio da Portaria nº 153/2025, assinada pela presidente Christiane do Vale Leitão. As bandeiras da sede da seccional e das subseções do Estado foram hasteadas a meio-mastro em homenagem ao profissional.
Sílvio também era membro da Associação Nacional de Advogados Criminais (Anacrim) e da Associação Brasileira de Advogados Criminais (Abbracrim).
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Fonte: gcmais.com.br