Jamille Abreu, 44 anos, é mais que uma motorista de aplicativo em Fortaleza. Ela é confeiteira, mãe de três filhos e uma verdadeira agente de divulgação do talento musical da própria filha, Rebeca Abreu – ou melhor, Becca Alim, cantora e compositora cearense que vem conquistando espaço na cidade. O segredo do sucesso? Uma plaquinha simples, pendurada no banco do carro de Jamille, e uma mãe que não mede esforços para ver a filha brilhar.
“Todo mundo que entra no carro fala da Rebeca. Eu já vou logo dizendo que ela canta desde pequena, que é artista desde que nasceu. E agora, com essa plaquinha, a divulgação ficou ainda melhor”, conta Jamille.
A ideia da plaquinha partiu da própria Becca, após ouvir tantas histórias da mãe sobre os passageiros que se encantavam com os relatos. “Ela disse, ‘vamos ali na gráfica’, e quando vi, ela já tinha mandado fazer. Foi emocionante”, relembra Jamille.
A plaquinha traz o nome artístico da jovem, redes sociais e um QR Code que leva direto aos vídeos e músicas autorais da cantora. O resultado não poderia ser outro: os passageiros tiram foto, seguem Becca nas redes e ajudam a impulsionar uma carreira que, embora jovem, já tem identidade e força.
“Ela é luz, vai dar tudo certo”, foi uma das frases ouvidas por Jamille de um passageiro, emocionado com a história.
Uma artista em construção
Aos 21 anos, Beca Alim vive o desafio de quem aposta no próprio talento sem grandes estruturas por trás. “Atualmente, eu não tenho uma casa fixa de show pra tocar. Eu vou pra onde me chamarem, restaurante, bar, evento particular, o que tiver. E é minha mãe quem me leva com os instrumentos, com os meninos da banda. Estamos juntas nessa luta”, conta a artista em entrevista ao Portal GCMais.
Com dois projetos principais – “Becca Alim Canta Mulheres na MPB”, homenageando nomes como Marisa Monte e Elis Regina, e o “Samba da Becca Alim”, com clássicos do samba raiz – a jovem vem ganhando espaço aos poucos, sempre com o apoio incondicional da mãe.
“Minha mãe nunca deixou meu sonho ficar só no papel. Ela sempre me incentivou e me deu força pra continuar, mesmo quando parecia difícil demais”, diz Beca. “Essa rede de apoio que muita gente não tem, eu tenho na minha mãe.”
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De mãe para filha — e de filha para mãe
A repercussão do vídeo nas redes sociais, mostrando a plaquinha no carro e o carinho da mãe, não surpreendeu a jovem artista. Para ela, o que emociona é ver que outras pessoas estão reconhecendo o que ela sempre soube: a força da mulher que a criou.
“Eu quero, com a minha música, dar pra minha mãe a base que ela sempre me deu. Ela é uma confeiteira maravilhosa, uma mãe incrível, e merece também ter seu nome reconhecido. Não é só uma motorista de Uber, é uma mulher guerreira que faz tudo por nós”, afirma Beca, orgulhosa.
Além de Beca, Jamille é mãe de João, de 17 anos, e Bianca, de 27, que está se formando em Fisioterapia. “Minha bonequinha de louça, como eu chamo”, diz, rindo.
Uma história de afeto que toca mais do que canções
A história de Jamille e Beca é mais que um caso de marketing criativo. É um retrato de afeto, luta e apoio familiar. Em tempos de redes sociais e viralizações rápidas, o que realmente emociona é a simplicidade de uma mãe que acredita no talento da filha — e faz de tudo para que o mundo também acredite.
E como bem define Jamille: “A gente vai tentando ganhar a vida de alguma forma, né? E o que não falta é amor pra seguir em frente”, finaliza.
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Fonte: gcmais.com.br
