O evento realizado pela Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec) em Tauá, no último sábado (23), reuniu cerca de 1.000 produtores e três renomados meteorologistas do Brasil que apresentaram suas previsões para a quadra chuvosa do Ceará em 2025. E a expectativa, segundo os especialistas, é de chuvas dentro da média ou até acima da média para o próximo ano. O evento, fez parte da 17ª edição do FestBerro, e teve como objetivo oferecer análises e perspectivas climáticas para o planejamento da agricultura no estado.
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Participaram da apresentação os meteorologistas Ronaldo Coutinho, fundador da empresa de previsão meteorológica Climaterra e do Canal do Tempo; Luiz Carlos Molion, pesquisador e professor aposentado da Universidade Federal de Alagoas; e Antoniane Arantes, engenheiro agrícola e especialista em análise de dados climáticos, responsável pelo boletim de hidrometeorologia do Estado de São Paulo – CATI-SAA/SP.
Previsões para 2025
Em sua participação, Antoniane Arantes projetou um cenário de chuvas dentro da normalidade para 2025, indicando que, com a expectativa de um ano de La Niña, as condições climáticas devem seguir a média histórica.
“A expectativa é que tenhamos um ano de La Niña, portanto a gente espera que seja um ano de normalidade. Recomendamos aos produtores rurais que realizem seus plantios dentro da normalidade das condições de chuvas da sua região”, disse.
E também sugeriu práticas de conservação do solo, como forma de criar microclimas favoráveis à produção.
Luiz Carlos Molion, por sua vez, apontou boas perspectivas para o sertão cearense tanto no final deste ano como em 2025, o que deverá contribuir para recuperar parte do que foi perdido em 2024. No entanto, ele discordou da ideia de que a ocorrência de La Niña seja o principal fator para as chuvas favoráveis. Molion afirmou que a previsão de chuvas no Ceará dependerá da interação das frentes frias dos hemisférios Norte e Sul.
“Não acredito que teremos La Niña, mas as condições para boas chuvas são promissoras”, disse.
O meteorologista também destacou que, nos próximos 10 anos, não há expectativa de secas severas no Estado, sugerindo que os produtores apostem em cultivos mais resistentes à seca, como a “tuna” (cacto mexicano) e o sorgo granífero, especialmente em áreas com baixa disponibilidade hídrica.
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Expectativa de chuvas acima da média
Ronaldo Coutinho, que participou do evento por videoconferência, também confirmou as boas perspectivas para a quadra chuvosa de 2025, destacando que os primeiros meses do ano (janeiro a março) devem apresentar chuvas acima da média, com índices pluviométricos dentro da média a partir de abril. Coutinho ressaltou ainda que, no centro-sul do Ceará, a variação dos microclimas pode resultar em diferenças significativas na distribuição das chuvas, o que exige cautela por parte dos produtores no momento do plantio.
Divergência com previsão da Funceme
O prognóstico dos meteorologistas diverge da previsão antecipada pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), que, em novembro, indicou 45% de chance de chuvas abaixo da média para o período Dezembro-Janeiro-Fevereiro.
Objetivo do evento
Amílcar Silveira, presidente da Faec, explicou que o evento teve como objetivo apresentar aos produtores rurais cearenses outras análises climáticas além das fornecidas pela Funceme, oferecendo uma visão mais ampla para o planejamento agrícola.
“Trouxemos três dos principais especialistas em análises meteorológicas do Brasil para apresentar seus prognósticos e ajudar o produtor a tomar sua decisão”, disse Silveira.
Amílcar Silveira disse ainda que “No ano passado, a Funceme errou e resolvemos trazer outras opiniões. E escolhemos Tauá porque aqui está o povo que precisa acertar suas previsões para conviver com a seca”.
O evento também serviu para estreitar o diálogo entre meteorologistas e produtores, com o intuito de garantir que a agropecuária cearense se prepare adequadamente para as condições climáticas.
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Fonte: gcmais.com.br