Criminosos oriundos do Ceará têm utilizado a comunidade da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, como ponto de refúgio há pelo menos sete anos. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 30, durante coletiva de imprensa do Ministério Público do Ceará (MPCE) e da Polícia Civil do Estado (PC-CE), em Fortaleza. Os dados foram levantados por meio de uma longa investigação conduzida pelo Departamento de Inteligência da Polícia Judiciária da Região Norte.
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Além da prática de crimes violentos, as investigações apontam indícios de interferência direta do grupo armado em eleições municipais. Em 2018, um integrante do CV teria saído da Rocinha rumo a Santa Quitéria com a missão de coagir eleitores e influenciar o pleito. Pichações, ameaças e até expulsão de moradores opositores foram identificadas pela investigação.
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O cenário voltou a se repetir nas eleições seguintes. Em maio deste ano, a Justiça do Ceará cassou os diplomas do prefeito de Santa Quitéria, Francisco Gardel Mesquita Ribeiro (PP), e do vice, com base em provas de que a campanha teria sido favorecida por ações criminosas orquestradas por membros da facção. A Justiça entendeu que, embora Gardel não tenha participado diretamente das intimidações, se beneficiou da atuação de criminosos para enfraquecer seu adversário, José Braga Barrozo (PSB), o “Braguinha”.
A operação das autoridades cearenses ganhou um novo capítulo com a prisão de Francisco Alleson Lima da Silva, 22, conhecido como “Laço”, no último domingo, 29, em Orizânia, interior de Minas Gerais. O homem, apontado como homicida ligado ao CV, estava refugiado na Rocinha e fugia de volta ao Ceará quando foi interceptado na BR-116 após monitoramento da Polícia Civil.
A prisão ocorreu após o rastreamento do itinerário do ônibus onde o suspeito viajava. Segundo o delegado Marcos Aurélio, responsável pelas investigações, o monitoramento foi essencial para impedir que o criminoso voltasse ao estado e retomasse atividades ilegais.
O Ministério Público do Ceará, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), anunciou que também trabalha para demolir os imóveis usados como abrigo pelos criminosos na Rocinha, em cooperação com autoridades fluminenses.
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Fonte: gcmais.com.br