Após o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, uma comitiva de empresários do Ceará vai ter uma reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin, que é também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, com o encontro estando marcado para a terça-feira (29). A articulação é feita a partir de iniciativa do Governo do Estado, que levará os empresários a Brasília para discutir as taxas impostas pelos EUA.
Eles discutirão um valor de R$ 1 bilhão em créditos retidos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A liberação desse valor depende de compensações que estão previstas no texto da Lei Kandir, que dispõe sobre o imposto dos estados nas operações de mercadorias e serviços.
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Ceará deverá ser o estado mais afetado por tarifas de Trump
O Ceará será o principal estado afetado pelas tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos brasileiros. Isso porque 44,9% de todas as exportações do Ceará vão para o país norte-americano, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
O principal destaque é o segmento de ferro fundido e aço, mas a tarifa também deve afetar fortemente o segmento de peixes, crustáceos e moluscos – nesse setor, o Brasil exporta 60,8% dos produtos para os Estados Unidos e, do total vendido, 24% vem apenas do Ceará.
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No ranking, depois do Ceará (que tem 44,9% das exportações direcionadas aos EUA), também se destacam o Espírito Santo (28,6%), a Paraíba (21,6%), São Paulo (19%), Sergipe (17,1%) e Rio de Janeiro (16,2%). Já os estados com menor proporção de vendas para os Estados Unidos são Roraima (0,3%), Mato Grosso (1,5%), Distrito Federal (2,6%), Tocantins (3%) e Piauí (3%).
“Nós temos produtos que são vendidos para os Estados Unidos de alta relevância para a nossa economia. Estamos falando de laminados de aço, que é R$ 1,2 bilhão por ano. Estamos falando de frutas, um imenso mercado de mais de 500 milhões de dólares por ano, fora dos outros estados que escoam aqui pelo estado do Ceará. Então o impacto é grande. Gigantesco”, pontua o especialista em comércio exterior Augusto Fernandes.
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Além do impacto econômico, a tarifa deve pressionar a inflação e elevar o valor do dólar, o que pode encarecer o consumo no Brasil e comprometer a geração de empregos nos setores de exportação. “Tudo é dolarizado, tudo que existe no mundo material é dolarizado. Então o impacto para quem é o consumidor final, que somos nós a população, é gigantesco”, diz ainda Fernandes.
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Fonte: gcmais.com.br