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Passageiros de Fortaleza relatam demora dos ônibus após empresa anunciar fim das atividades

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Passageiros de Fortaleza relatam demora dos ônibus após empresa anunciar fim das atividades

O encerramento das atividades da empresa de ônibus Santa Cecília, que atuava em Fortaleza há quase 80 anos, tem provocado transtornos e preocupação entre passageiros que dependem do transporte coletivo. A empresa operava mais de 30 linhas, sendo 12 delas sem divisão de itinerário com outras companhias. Desde o anúncio do fechamento, usuários relatam maior tempo de espera e superlotação nas paradas.

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“Ultimamente o ônibus está demorando mais. Geralmente, quando eles param lá, é um José Bastos na preferencial, aí o outro já vai para outro canto, para a fila normal. É sempre assim. Mas que demora, demora. E as filas são enormes”, afirmou Nazaré Silva, aposentada e usuária da linha José Bastos – Centro.

Situação semelhante é relatada por outra passageira da Avenida Mister Hull: “Demorava muito, então eu mudei para o bairro Autran Nunes. Perto da minha casa tem uma parada, mas se eu for pegar um ônibus para o terminal, eu tenho que vir para cá, para essa parada da Mister Hull, porque tem mais opções?”, disse Maria das Dores, consultora de vendas.

Em outras regiões, no entanto, alguns passageiros ainda não perceberam grandes alterações. João de Souza, autônomo que trabalha na Avenida Coronel Matos Dourado, no bairro Dom Lustosa, diz que a frequência da linha Antônio Bezerra – Siqueira permanece estável. “Geralmente, no horário da manhã, que é o horário que eu chego, cinco e meia, ele passa com frequência. Não tem reclamação do povo, não”, garantiu.

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Apesar do encerramento das operações da Santa Cecília, o Sindiônibus afirma que as viagens estão sendo mantidas com ônibus reservas de outras empresas, em um esforço emergencial.

“A operação está acontecendo praticamente de maneira normal, apesar da paralisação da Santa Cecília. A gente teve uma parte de ônibus que conseguimos como extras com outras empresas e mais algumas manobras operacionais. Motoristas que estão operando em uma linha fazem uma viagem em outra linha também. A gente está conseguindo manter o serviço com a operação praticamente normal, mas isso não pode seguir se avolumando, senão vai ficar claro que é insustentável”, explicou Dimas Barreira, presidente do Sindiônibus.

O encerramento da Santa Cecília representa a quinta baixa entre as 14 empresas vencedoras da concessão pública do transporte coletivo em Fortaleza. Segundo Dimas, a crise no setor é antiga. “Precisa conseguir meios, conseguir espaço orçamentário suficiente, colaboração do governo federal para que venha recurso para a gente inverter esse ciclo e voltar a ter investimentos, colocar maior volume de oferta, frota mais nova e, com isso, ir recuperando esses passageiros”, alertou.

Enquanto isso, mais de 200 funcionários da empresa foram demitidos. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes (Sintro), Sérgio Barbosa, denuncia que os direitos trabalhistas não estão sendo respeitados.

“Em março deste ano foram demitidos 60 trabalhadores. Foi feito um acordo, mas ainda faltam algumas parcelas para serem pagas. E agora, no dia 8, a empresa fechou as portas e são mais 200 trabalhadores em situação difícil, onde a empresa ainda deve o saldo de salário de junho, o saldo de salário de julho, cestas básicas. O FGTS dos trabalhadores ainda não foi colocado em dia. Tem trabalhadores que ficaram de férias e não receberam. Passaram um mês e não receberam as férias, que deveriam ser depositadas dois dias antes, como determina a CLT. São trabalhadores que estão encontrando muitas dificuldades”, concluiu.

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Fonte: gcmais.com.br