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Pessoas com deficiência enfrentam dificuldades nas ruas de Fortaleza devido à falta de acessibilidade

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Pessoas com deficiência enfrentam dificuldades nas ruas de Fortaleza devido à falta de acessibilidade

Apesar de Fortaleza ser a capital mais rica do Nordeste, a cidade ainda está longe de ser acessível para todos. Segundo o Censo 2022 do IBGE, cerca de 9% da população cearense possui algum tipo de deficiência — o equivalente a aproximadamente 760 mil pessoas. No entanto, para quem precisa se locomover com cadeira de rodas, muletas ou outros dispositivos, circular pela capital pode ser um verdadeiro desafio, principalmente em bairros mais afastados do centro.

O atleta Eduardo Barbosa, morador do bairro Vicente Pinzón, enfrenta diariamente calçadas esburacadas, mal conservadas ou, muitas vezes, inexistentes. “Aqui no nosso bairro não está apropriado para cadeirantes. Você vê uma acessibilidade dessa aqui, cheia de areia, cheia de mato. O outro lado ali não tem acessibilidade, não tem calçada para o cadeirante subir. Tem que dividir o espaço com os carros e motos. A Beira-Mar está cheia de rampa, é o coração de Fortaleza, mas os nossos bairros estão abandonados”, desabafa.

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A professora e arquiteta Zilsa Santiago, uma das responsáveis pela elaboração do Guia de Acessibilidade do Ceará, aponta que o problema começa no planejamento urbano.

“Fortaleza não ampliou a largura da calçada. Com isso, muitos problemas de calçadas que não são acessíveis. Fora as que realmente não são feitas. É necessário se ter um mapeamento, uma condição de que o poder público trabalhe junto. Pode ter parceria, mas se esperar pelo proprietário da grande maioria da nossa cidade, com bairros periféricos, nós não vamos conseguir nunca sanar essa dificuldade dessas pessoas”, afirma.

Enquanto mudanças estruturais não chegam aos bairros, Eduardo segue fazendo o que pode por conta própria. “A frente da minha casa ali, quem fez a rampa fui eu. Eu fiz o outro lado, para subir e descer, porque não tinha rampa. Eu mesmo batalhei e consegui, fiz a minha rampa. Eu espero que as autoridades olhem para os cadeirantes aqui em Fortaleza.”

Em nota, a Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social informou que, dentro do Plano Fortaleza Inclusiva, lançado em julho, foi criado o Grupo de Trabalho de Obras e Acessibilidade. Segundo a pasta, a equipe está desenvolvendo soluções técnicas e urbanísticas mais inclusivas para toda a cidade.

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Fonte: gcmais.com.br