Enquanto o ex-ministro Ciro Gomes oficializava sua filiação ao PSDB, nesta quarta-feira (22), o clima político no Ceará ganhou novos contornos. No mesmo dia, o secretário da Casa Civil do Estado, Chagas Vieira, publicou uma foto nas redes sociais exaltando as principais lideranças da base governista. Na imagem, tirada em um encontro anterior, aparecem o governador Elmano de Freitas (PT), o ministro da Educação Camilo Santana (PT), o prefeito de Fortaleza Evandro Leitão (PT), o senador Cid Gomes (PSB) e o próprio Chagas. Todos surgem sorridentes, em tom de harmonia política.
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“Como é bom fazer parte do projeto que tem as maiores lideranças do Ceará lutando, juntas, por um estado cada vez mais forte”, escreveu o secretário na legenda da publicação. A mensagem, embora positiva, foi interpretada por analistas como uma resposta simbólica ao movimento de Ciro, que busca rearticular forças oposicionistas no Estado após anos de domínio do grupo aliado ao PT.
A coincidência de datas chamou atenção. Enquanto Ciro Gomes voltava ao partido que o projetou nacionalmente nos anos 1990, o gesto de Chagas Vieira parecia reforçar a unidade da base governista. O evento de filiação, realizado em Fortaleza, reuniu figuras de peso da nova oposição, como os ex-prefeitos Roberto Cláudio e José Sarto, o ex-governador Tasso Jereissati, o deputado federal André Fernandes e o ex-deputado Capitão Wagner. O ato marcou um movimento de reorganização política no Ceará, com o PSDB tentando recuperar o protagonismo perdido nas últimas duas décadas.
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O contexto histórico ajuda a entender o simbolismo da cena. O PSDB teve papel central na política cearense durante os anos 1990, quando Ciro governou o Estado e Tasso Jereissati era uma das maiores lideranças regionais. Com o avanço do PT e de seus aliados, a legenda perdeu espaço, e o campo governista consolidou seu domínio em instâncias estaduais e federais. Desde 2023, o governador Elmano de Freitas lidera o Executivo estadual, enquanto Camilo Santana, ex-governador, ocupa o Ministério da Educação no governo Lula.
A publicação de Chagas Vieira foi lida, portanto, como uma demonstração de fidelidade ao grupo que controla o poder político local, em contraste com o ressurgimento da oposição liderada por Ciro. Embora o secretário não tenha citado o ex-ministro diretamente, a postagem no mesmo dia da filiação foi interpretada por bastidores políticos como uma “alfinetada sutil”, reafirmando o alinhamento do governo estadual com o projeto petista.
Já o senador Cid Gomes, irmão de Ciro e um dos presentes na foto publicada por Chagas, adotou um tom conciliador. Filiado atualmente ao PSB, Cid evitou polêmicas ao comentar o retorno do irmão ao PSDB. “Cada qual se filia no partido que quer”, disse o senador, demonstrando neutralidade e tentando preservar a relação familiar em meio à disputa política. O episódio reforça as novas linhas de divisão e alianças que devem marcar o cenário cearense nos próximos anos, com a base petista de um lado e o bloco tucano tentando retomar influência do outro.
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Fonte: gcmais.com.br