O secretário da Segurança Pública do Ceará, Roberto Sá, pontua que o Estado vem promovendo uma reestruturação ampla na Polícia Civil, com destaque para a realização do concurso público que deve ampliar o efetivo de profissionais no setor de inteligência. As declarações foram dadas na manhã desta quarta-feira (26), em entrevista exclusiva para o jornalista Luciano Augusto, na Rádio Jovem Pan News Fortaleza.
Segundo ele, o diagnóstico feito no início da gestão do governador Elmano de Freitas indicou que o efetivo era reduzido diante do tamanho da população e dos desafios impostos pelo crime organizado. Desde o último ano, o governo já deu posse a 128 novos policiais civis e lançou concurso público para a contratação de 100 delegados e 500 oficiais de investigação.
A reestruturação inclui também a criação de novas delegacias especializadas, como a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas do Interior Norte (Draco Norte), Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas do Interior Sul (Draco Sul) e a delegacia voltada à investigação de armas, munições e explosivos, a Desarme. Outras unidades especializadas estão em fase de projeto. O titular da SSPDS destacou ainda o processo de recomposição do efetivo em áreas em que o número de agentes estava reduzido.
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Na área de inteligência, o secretário ressaltou que há avanço expressivo na capilarização do sistema. Conforme afirmou, o Ceará saiu de 135 agentes dedicados a atividades de inteligência para 791 profissionais ativos em todo o Estado, com previsão de chegar a mais de 800 servidores treinados com doutrina específica, protocolos padronizados e formação voltada para análise estratégica. O objetivo, destacou Sá, é transformar informação qualificada em instrumento direto de investigação para a Polícia Civil e de resposta rápida para a Polícia Militar.
Reduções de crimes e avanço de prisões
Conforme o secretário, os roubos caíram 22% neste ano, os furtos diminuíram 10% e o latrocínio – “um crime bárbaro”, como classificou – apresentou redução de 29%. Ele destacou ainda o aumento das apreensões de armas, indicando a necessidade de um pacto nacional para restringir o acesso de criminosos ao armamento. Em outubro, mais de 700 armas foram retiradas de circulação, “a maior apreensão de um mês da história do Ceará”.
O secretário também ressaltou o crescimento das prisões qualificadas, voltadas especialmente para homicidas e integrantes de facções. Segundo ele, houve aumento de 33% nessas capturas apenas em outubro.
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Outro ponto ressaltado por Sá foi o Programa Meu Celular, iniciativa inspirada em projeto do Piauí que integra ações da polícia e do Judiciário para localizar e devolver aparelhos roubados. Desde a implantação, mais de 10.500 celulares foram recuperados e entregues aos proprietários no Ceará.
O secretário afirmou que o programa ajuda diretamente na redução dos índices de roubo de aparelhos e de crimes patrimoniais em geral, lembrando que muitos cidadãos já não acreditavam que poderiam recuperar seus dispositivos. Para ele, a devolução dos equipamentos reforça a proteção de um bem que “deixou de ser só um equipamento” e hoje concentra informações pessoais, financeiras e profissionais dos usuários.
Atuação de criminosos no Ceará
Durante a entrevista, ele ainda explicou que o Ceará, por sua posição estratégica – com portos e aeroporto próximos de rotas para a Europa e os Estados Unidos – é uma área de interesse para grupos criminosos que disputam o controle do tráfico. Segundo o secretário, parte dos criminosos que atuam no Ceará se esconde em favelas do Rio, enquanto a disputa entre facções eleva a letalidade em vários estados.
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Denúncias
O secretário reforçou a importância do Disque-Denúncia 181 e do 190 para agilizar investigações e permitir respostas rápidas. Ele pediu que a população confie no sigilo do serviço e repasse informações detalhadas sobre suspeitos, veículos, movimentações estranhas e objetos suspeitos. Para Sá, denúncias qualificadas podem acelerar procedimentos que, de outra forma, dependeriam de autorizações judiciais demoradas.
Roberto Sá ainda disse ter “orgulho muito grande” dos profissionais de segurança do Ceará. Disse que combater o crime não depende de soluções milagrosas, mas de “trabalho, enfrentamento, coragem, conhecimento e transparência”. Ele pediu que a população continue colaborando e reforçou que o Estado seguirá fortalecendo suas estruturas para “vencer a criminalidade”.
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Fonte: gcmais.com.br











