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“Quero que o ajudante de pedreiro possa colocar o filho para ser engenheiro”, diz Lula no Ceará

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“Quero que o ajudante de pedreiro possa colocar o filho para ser engenheiro”, diz Lula no Ceará

Durante agenda no Ceará nesta quarta-feira (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a ampliação do acesso à educação como política central de combate às desigualdades no Brasil – “quero que o ajudante de pedreiro possa ter o direito de colocar o filho dele para ser engenheiro”, disse ele, na ocasião. A declaração foi feita em evento no Ceará, de entrega de unidades da Carteira Nacional Docente, com participação do ministro da Educação Camilo Santana.

O presidente destacou que não teve chance de cursar a universidade e que isso impulsiona seu compromisso com políticas educacionais inclusivas. “O meu problema é que pelo fato de eu não ter tido oportunidade de estudar, eu quero me vingar da minha história. Eu quero que todas as pessoas iguais a mim e mais pobres do que eu tenham o direito de fazer a universidade”, afirmou.

Lula ressaltou que a formação profissional e técnica é fundamental para garantir dignidade no mercado de trabalho. “Todo mundo tem que ter oportunidade de ter um diploma universitário, de ter um diploma técnico, de ter uma profissão, porque eu sei o valor de uma profissão. Eu sei o que é um trabalhador sem profissão procurar emprego”, afirmou. Ele também destacou a vulnerabilidade de jovens em busca da primeira oportunidade. “Eu sei o que é o valor de uma menina de 16, 17, 18, 20 anos procurar emprego se ela não tem profissão. Eu sei os abusos que ela sofre. Eu sei as cantadas que ela sofre atrás do emprego. Eu sei a humilhação que ele sofre.”

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Ao defender igualdade de acesso, Lula enfatizou que seu objetivo não é retirar direitos de quem já os possui, mas ampliar as possibilidades para todos. “Eu não quero tirar nada de ninguém. Quem tem, tem, mas eu quero ter o prazer de que o filho de uma ajudante de pedreiro possa ter o direito de colocar o filho dele para ser engenheiro”, declarou. Ele também citou o direito de jovens de famílias trabalhadoras chegarem ao ensino superior: “Eu tenho o prazer de querer que um filho de uma empregada doméstica tenha o direito de colocar a filha dela na mesma universidade que está o filho dela.”

Lula reforçou ainda o papel do poder público na construção dessas oportunidades. “Eu não quero tirar dela, eu quero apenas dar o direito de todos terem oportunidade. E quem pode garantir a oportunidade é o Estado, é o governo do Estado, é o presidente da República e são as prefeituras”, disse. Para ele, a mudança depende de decisão política: “Se a gente quiser, a gente resolve.”

Camilo

Na ocasião, o ministro da Educação, Camilo Santana, entregou as primeiras unidades da Carteira Nacional Docente do Brasil. Ele pontuou, na cerimônia, que o novo documento representa um marco de valorização da categoria – “para dar orgulho de dizer: eu sou professor”, como destacou o ministro.

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Ao apresentar a iniciativa, ele lembrou relatos frequentes de professores que enfrentavam constrangimentos ao comprovar sua profissão para ter acesso a direitos garantidos à categoria – como a meia-entrada no cinema, no caso do estado do Ceará. Segundo o ministro, muitos docentes relatavam a necessidade de carregar comprovantes em papel para validar a própria condição profissional. Camilo disse que levou a demanda ao presidente Lula e propôs a criação de um documento nacional unificado. “Eu disse: presidente, vamos criar a carteira nacional do professor. Foi aprovado por lei no Congresso Nacional.”

O ministro ressaltou que a nova carteira foi pensada para fortalecer o orgulho da categoria. “É uma carteira bonita. Eu brincava e dizia, a carteira vai ser mais bonita do que a carteira de deputado. E olha que a carteira é bonita, é para dar o orgulho de dizer: eu sou professor, eu faço parte da mais importante classe profissional desse país.”

Agenda

A cerimônia acontece durante visita de Lula ao Ceará, nesta quarta-feira (3). Pela manhã, ele participa da entrega das Carteiras Nacionais Docente do Brasil (CNDB) e de equipamentos do Programa Mais Professores, em Fortaleza, devendo seguir depois ao município de Horizonte, para a inauguração do Polo Automotivo do Ceará.

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Entre os recursos da área da educação entregues na manhã desta quarta estão o Vale-Computador, a Bolsa Mais Professores e acesso ampliado a atividades culturais e de lazer, voltadas aos professores. A Carteira Nacional Docente do Brasil (CNDB) é um documento oficial de identificação criado pelo Ministério da Educação (MEC) para reconhecer e valorizar professores de todos os níveis e etapas da educação, em redes públicas e privadas.​ Ela tem validade de dez anos em todo o território nacional, com fé pública equivalente a outros documentos.

Programa Mais Professores

O Programa Mais Professores para o Brasil é uma iniciativa do Ministério da Educação (MEC) lançada em janeiro de 2025 para valorizar, qualificar e incentivar a carreira docente na educação básica pública, beneficiando 2,3 milhões de professores e impactando 47,3 milhões de estudantes.​

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Fonte: gcmais.com.br