Quatro cidades do Ceará estão entre as 50 mais violentas do país, segundo dados do Atlas da Violência no Brasil de 2022, que analisou o número de homicídios por 100 mil habitantes. Maracanaú, Caucaia, Sobral e Fortaleza se destacam nesse cenário alarmante, com a capital cearense ficando entre as cinco capitais mais perigosas do país.
Para o pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (UFC), Ricardo Moura, há motivos claros para essa situação: “São três municípios da região metropolitana e nós temos uma cidade que é uma grande cidade do estado. Então, quer dizer, são espaços de articulação e de irradiação desses grupos. Porque à medida que você tem uma maior repressão, as organizações criminosas em Fortaleza vão se espalhando para os municípios vizinhos.”
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O levantamento destaca a presença de quatro facções criminosas no estado e a relação direta delas com os assassinatos, além da expansão desses grupos para cidades do interior, mesmo aquelas com menos de 100 mil habitantes.
“À medida que você tem um mercado mais consolidado, em que você tem a hegemonia de um grupo, aí você tem uma certa acomodação e uma certa resolução dos conflitos por meios mais pacíficos. No caso, a gente está enfrentando uma ruptura, a gente está enfrentando mudanças territoriais e choques territoriais. E com isso vem toda uma dinâmica de violência, toda uma carga de chacinas, de homicídios múltiplos, que é a situação atual que o Estado enfrenta.”
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A violência atinge até as crianças, como evidenciado na última sexta-feira (14) quando uma bebê de nove meses foi baleada na cabeça em uma praça do bairro Joaquim Távora, em Fortaleza. Na ocasião dois suspeitos chegaram ao local atirando e mataram um homem.
Em resposta às preocupações, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS) destacou medidas como o aumento do efetivo policial e a criação do Comitê Estratégico de Segurança Integrada, visando uma atuação coordenada entre os poderes executivo, legislativo e judiciário no combate à criminalidade.
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Fonte: gcmais.com.br
