Após oito anos do crime, o advogado Victor Henrique da Silva Ferreira Gomes foi condenado nesta quinta-feira, 8 de maio, a 26 anos e oito meses de prisão pelo assassinato do guarda municipal José Gonçalves Fonseca, ocorrido em 2017. O caso chocou o Ceará pela frieza e premeditação do crime, motivado por uma dívida de R$ 265 mil entre o advogado e a vítima.
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A sentença foi proferida após julgamento no Tribunal do Júri, encerrando um processo que teve início com a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE). O advogado foi condenado por homicídio quadruplamente qualificado, apropriação indébita majorada e ocultação de cadáver.
Assassinato por dívida
De acordo com a investigação, José Gonçalves contratou Victor Gomes para intermediar a compra de um imóvel avaliado em R$ 365 mil, oriundo de uma partilha judicial. O guarda municipal pagou R$ 100 mil à vista e, seguindo orientação do advogado, transferiu os R$ 265 mil restantes diretamente para a conta pessoal de Victor, com a promessa de que ele resolveria os trâmites burocráticos para concluir a venda.
No entanto, ao longo do tempo, o advogado passou a evitar cobranças e não utilizou os valores para os fins acordados. Quando o imóvel ficou disponível para compra, José Gonçalves passou a exigir que Victor quitasse as pendências legais, o que teria provocado um crescente atrito entre ambos.
Segundo o MPCE, foi nesse contexto que o advogado planejou a morte do próprio cliente, com o objetivo de evitar a devolução do valor.
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No dia 6 de março de 2017, Victor marcou um encontro com a vítima sob o pretexto de apresentar comprovantes bancários da suposta reserva do dinheiro. O encontro contaria com a presença de um vendedor e de um corretor, reforçando a ideia de que a negociação avançaria. No entanto, segundo a perícia, a reunião era apenas uma armadilha.
Naquele mesmo dia, José Gonçalves foi assassinado com veneno — chumbinho, substância altamente tóxica — e teve o corpo deixado em um matagal no bairro Manoel Dias Branco, em Fortaleza. O cadáver só foi localizado dois dias depois, em 8 de março.
Em novembro de 2017, o juiz da 3ª Vara do Júri determinou que Victor fosse levado a julgamento. A defesa tentou reverter a decisão alegando ausência de provas suficientes, mas o recurso foi negado por unanimidade pela 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) em 2018.
Durante o julgamento finalizado nesta quinta-feira, os jurados acataram a tese da acusação, que sustentou que o crime foi premeditado, cometido por motivo torpe, com uso de veneno e com o objetivo de ocultar outro crime (apropriação indébita). Victor Gomes recebeu uma pena total de 26 anos e oito meses de reclusão em regime fechado, e deve cumprir sua sentença imediatamente.
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Fonte: gcmais.com.br