Após dias de tensão e violência na região do Vicente Pinzón, em Fortaleza, as escolas locais iniciaram a semana com o reforço da segurança garantido pela Guarda Municipal. A retomada das aulas presenciais aconteceu nesta segunda-feira (1º), com presença de viaturas e agentes posicionados em frente às unidades de ensino e em pontos estratégicos, como medida de proteção diante da disputa entre facções criminosas no entorno.
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No Centro Educacional Menino Maluquinho, que atende crianças de seis meses a três anos de idade e fica ao lado da Comunidade dos Índios, no bairro Papicu, as aulas haviam sido suspensas após um casal ser assassinado no dia 22 de agosto, por volta das 6h30 da manhã — horário de chegada dos alunos. Segundo relatos, os tiros foram ouvidos por pais, funcionários e até mesmo pelas crianças. A Escola Municipal Maria Gundin, localizada na mesma região, também ficou quatro dias fechada por conta da insegurança.
“Aqui foram três creches paradas com bebês, e duas escolas. Então, todas estão com os professores retornando para dar condição de funcionamento, mas eu já tive a informação de que a frequência é em torno de 30 a 40%”, afirmou Ana Cristina Guilherme, presidente do Sindiute. Ela também destacou os impactos emocionais nas crianças e fez um apelo por suporte psicológico: “Exigimos da SME psicólogos, porque tem crianças que estão órfãs. Eles só falam em tiroteio, só falam em bala, só falam em perigo. E a gente acha que tem que fazer um trabalho psicopedagógico com esses alunos.”
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Segundo o inspetor Citó, coordenador da Guarda Comunitária, a ação de proteção às escolas será contínua. “Nós vamos garantir a segurança dessas escolas que estão nessa área de maior instabilidade. Temos 12 viaturas só da GCE, que é a Guarda Comunitária Escolar. Nessas escolas que estão aqui na área do Vicente Pinzón e Papicu, estamos fazendo essa permanência constante para garantir a tranquilidade e a normalidade durante todo o expediente escolar.”
Mesmo com o reforço da segurança, a sensação de medo ainda é visível. “Nós estamos há pouco mais de um mês das avaliações institucionais dos alunos. Então, é um prejuízo inigualável a suspensão de aula. A gente faz um apelo à comunidade, às forças de segurança, para que entendam que a escola precisa ser preservada. Os alunos têm direito à vida e têm direito à educação”, reforçou Ana Cristina. No fim do dia, em uma das escolas, uma cena chamou atenção: a cada aluno que saía, um funcionário na portaria dizia “cuidado”. O aviso resume o clima que ainda persiste, mesmo diante da tentativa de retorno à normalidade.
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Fonte: gcmais.com.br
