Apesar do recente descarte da suspeita de gripe aviária em Salitre, no interior do Ceará, o Estado ainda enfrenta riscos relacionados à doença. A Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri) recebeu duas novas notificações e enviou amostras para análise no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
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Os novos casos dizem respeito a uma ave migratória encontrada no quintal de uma residência na praia de Icapuí, no litoral leste, na última quinta-feira (22), e a várias aves de criação identificadas na comunidade de Bom Fim, em Quixadá, no sertão central.
Conforme informações da Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), que fez a notificação de Icapuí, a ave apresentava baixa mobilidade, sinais de debilidade e permanecia imóvel por longos períodos — sintomas compatíveis com os observados em aves infectadas pela gripe aviária.
No caso de Quixadá, as aves demonstravam dificuldade respiratória e secreção nasal. A Adagri informou que muitas foram encontradas já mortas. Durante a inspeção, os técnicos realizaram necropsias e coletaram amostras para envio ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária.
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Monitoramento contínuo
Além de receber notificações e enviar amostras para análise, a Adagri também realiza buscas ativas de casos suspeitos. A fiscalização abrange tanto animais silvestres, especialmente nas rotas migratórias, quanto aves criadas em granjas comerciais e em quintais para subsistência.
Segundo o diretor de Sanidade Animal da Adagri, Amorim Sobreira, o órgão realiza visitas regulares a 134 granjas comerciais e não comerciais em todo o Ceará, coletando amostras mesmo de animais que não apresentam sintomas. Ele explicou que esse monitoramento se intensifica nos meses de maio e junho, período crítico devido à migração de aves, momento em que o risco de contaminação de granjas se eleva.
Medidas em caso de confirmação
Caso seja confirmado um caso de gripe aviária no Estado, a Adagri aciona um plano de contingência que inclui três medidas principais: a eliminação de todas as aves da propriedade afetada, a destruição de aves em um raio de 3 quilômetros e o monitoramento da região em um raio de até 10 quilômetros.
Sobreira alertou que o principal impacto da doença é econômico, devido à rápida e alta mortalidade das aves. Por isso, destacou a importância de uma resposta imediata, com deslocamento da equipe técnica ao local suspeito em até 12 horas após a notificação, a fim de conter o problema e minimizar prejuízos.
Aves migratórias e vigilância ecológica
O coordenador de Pesquisa e Monitoramento do projeto Aves Migratórias da Aquasis, Onofre Monteiro, ponderou que as aves migratórias não devem ser vistas como ameaças, mas como parte essencial de um sistema ecológico complexo em que o vírus circula naturalmente. Ele defende que essas aves são fundamentais para os estudos sobre a doença, uma vez que percorrem grandes distâncias e interagem com diversos ambientes, funcionando como indicadoras da saúde ambiental.
Monteiro ressaltou a importância de direcionar os esforços não para a responsabilização da fauna silvestre, mas para a implementação de estratégias eficazes de vigilância, manejo sanitário e conservação ambiental, com base em evidências científicas. Ele destacou a necessidade de monitoramento contínuo das aves migratórias e de medidas preventivas junto às criações domésticas e aos mercados de animais, ambientes considerados de alto risco para a multiplicação e mutação do vírus.
Cuidados com aves de subsistência
Para os criadores de galinhas em quintais — conhecidos como criadores de aves de subsistência —, a Adagri e o Mapa recomendam a adoção de medidas rigorosas para impedir a entrada do vírus nas propriedades. Entre as orientações estão:
- Comprar aves apenas de estabelecimentos registrados na Adagri;
- Evitar a compra de aves em feiras livres;
- Aplicar práticas rigorosas de biosseguridade;
- Observar comportamentos anormais nas aves, como dificuldade respiratória, locomoção comprometida, pescoço torto ou diarreia;
- Comunicar imediatamente às autoridades em caso de suspeita.
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Fonte: gcmais.com.br