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Ceará registra primeiros casos suspeitos de intoxicação por metanol em bebida alcoólica

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Ceará registra primeiros casos suspeitos de intoxicação por metanol em bebida alcoólica

O Ceará registrou, neste fim de semana, os primeiros casos suspeitos de intoxicação por metanol em bebida alcoólica. Em uma das ocorrências, notificada à Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), uma suspeita foi registrada na noite do sábado (4), no município de Quixeramobim. Trata-se de um paciente internado no Hospital Regional do Sertão Central (HRSC).

“A Secretaria ressalta que enviou nota técnica do Ministério da Saúde aos Centros de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde dos municípios, reforçando as recomendações oficiais sobre a importância da detecção precoce e tratamento. A Sesa orienta os municípios a notificarem imediatamente todas as suspeitas relacionadas a esse tipo de intoxicação”, pontua, em nota divulgada a público.

Em outra ocorrência de caso suspeito, registrada no mesmo sábado, uma mulher teria dado entrada em um hospital da rede privada de Fortaleza, tendo passado por exames e permanecendo em estado de observação. O resultado dos exames deverá ser divulgado a público nos próximos dias. A Sesa, no entanto, informa que não foi formalmente notificada sobre o caso até as 8h30 deste domingo (5).

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A Secretária da Saúde informa ainda que segue acompanhando e monitorando a vigilância em saúde no estado, em articulação com os órgãos competentes.

O caso é considerado suspeito quando um paciente que ingeriu bebida alcoólica apresenta a persistência ou piora de sintomas, como embriaguez persistente, desconforto gástrico e alteração visual, entre 12 horas e 24 horas após o consumo.

Antídoto do metanol

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acionou autoridades reguladoras internacionais para viabilizar a importação ao Brasil do medicamento fomepizol, considerado o principal antídoto em casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas. A iniciativa tem caráter emergencial diante do aumento dos casos suspeitos da intoxicação e da ausência do antídoto no mercado nacional.

O fomepizol age bloqueando a transformação do metanol em metabólitos tóxicos, como formaldeído e ácido fórmico, que são responsáveis por danos graves ao sistema nervoso e ao fígado. Atualmente, o medicamento não possui registro sanitário no Brasil, o que torna necessária a busca por fornecedores em outros países.

Para acelerar o processo, a Anvisa publicou um Edital de Chamamento Internacional 17/2025, convidando fabricantes e distribuidores a informar disponibilidade imediata para fornecimento ao Ministério da Saúde. Entre as autoridades internacionais consultadas pela Anvisa estão agências reguladoras da União Europeia (EMA), Estados Unidos (FDA), Canadá (Health Canada), Argentina (ANMAT), Reino Unido (MHRA), México (COFEPRIS), Japão, China, Suíça e Austrália.

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Além disso, a Anvisa está mobilizando um conjunto de medidas complementares, como identificação de farmácias de manipulação e laboratórios aptos à produção de etanol grau farmacêutico, alternativa terapêutica ao fomepizol, e reforço na testagem e fiscalização de bebidas suspeitas por meio da Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Sanitária.

Em caso de suspeita de intoxicação por metanol, a população pode acionar o Disque-Intoxicação pelo telefone 0800-722-6001 para orientação imediata.

Bares do Ceará reforçam cuidado ao consumir bebidas alcoólicas

Diante dos recentes casos de intoxicação por metanol relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas no Brasil, bares e restaurantes do Ceará estão intensificando os cuidados na aquisição desses produtos. Apesar de o estado não registrar, até o momento, nenhuma notificação do tipo, a preocupação com a procedência e a segurança das bebidas servidas aos clientes tem motivado novas medidas e estratégias por parte do setor.

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel-CE) informou que os estabelecimentos associados estão sendo capacitados para adotar critérios mais rigorosos ao comprar bebidas alcoólicas. A principal orientação é garantir a origem e a qualidade dos produtos adquiridos junto a distribuidores confiáveis ou diretamente da indústria.

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“A gente tem feito treinamento, estamos recapitulando treinamento com os donos de bares e restaurantes para comprar só de distribuidoras ou direto da indústria com nota fiscal, com procedência”, afirmou Taiene Righetto, presidente da Abrasel-CE. Ele ainda reforça a importância de observar detalhes que indicam possíveis falsificações: “A gente tem orientado algumas coisas tipo olhar rótulos, se ele está desalinhado, qualidade do papel, lacre, tudo são detalhes fáceis de olhar que realmente trazem uma veracidade maior do que você está comprando.”

Com a repercussão dos casos – registrados em estados como São Paulo e Pernambuco, onde já foram confirmadas três mortes e outras quatro estão sob investigação –, bares de Fortaleza publicaram comunicados em redes sociais para tranquilizar os consumidores sobre os cuidados adotados.

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Fonte: gcmais.com.br