O Ceará deve ser o estado brasileiro mais impactado pela nova tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos do Brasil. A informação é do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, que alerta para os efeitos negativos da medida nas exportações e no mercado de trabalho local.
De acordo com dados do governo, 52% das exportações do Ceará entre janeiro e junho deste ano foram destinadas aos Estados Unidos, com um volume total de US$ 557 milhões. Os principais setores afetados devem ser a siderurgia e a indústria de calçados, que mantêm forte relação comercial com o mercado norte-americano.
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“Nós temos uma relação muito boa. Inclusive, os Estados Unidos, diferente do que acontece no Brasil em geral, são o principal parceiro comercial do estado do Ceará”, destacou Karina Frota, gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN).
A tarifa, que entra em vigor a partir de 1º de agosto, é vista por especialistas como um potencial gatilho para a redução de empregos e retração econômica. O economista Bruno Henrique alerta para os riscos: “Se a gente não tiver uma saída rápida — e aí estamos falando de negociação política e também da iniciativa das empresas em buscar novos mercados — isso vai acabar refletindo em desemprego”.
Ceará será o estado mais afetado por tarifa de 50% de Trump
Diante do cenário desafiador, a indústria cearense já começa a buscar alternativas. Karina Frota afirma que estudos estão em andamento para redirecionar as exportações a novos mercados: “Estamos analisando a pauta de exportação do Ceará e cruzando com a demanda de importação de outros países”.
Especialistas defendem que a diplomacia será decisiva para evitar prejuízos maiores. “O Japão já conseguiu negociar uma tarifa menor. As Filipinas também. Então, quanto mais rápido o governo brasileiro atuar diplomaticamente, mais chances teremos de mitigar ou reverter os efeitos dessa tarifa”, completou Bruno Henrique.
Enquanto isso, o setor produtivo cearense se prepara para um cenário de incertezas, na expectativa de que o impasse tarifário possa ser resolvido antes de provocar impactos duradouros na economia estadual.
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Participação dos Estados Unidos nas exportações de cada estado (2025)
- Ceará: 52,2%
- Espírito Santo: 33,9%
- Sergipe: 31,4%
- São Paulo: 19,5%
- Rio Grande do Norte: 15,3%
- Rio de Janeiro: 15%
- Santa Catarina: 14,5%
- Maranhão: 13,3%
- Paraíba: 12,4%
- Minas Gerais: 11,6%
- Rio Grande do Sul: 10,2%
- Alagoas: 9,079%
- Amazonas: 8,79%
- Bahia: 8,30%
- Amapá: 7,71%
- Paraná: 6,61%
- Mato Grosso do Sul: 5,97%
- Pará: 5,24%
- Goiás: 5,073%
- Rondônia: 4,90%
- Pernambuco: 4,48%
- Piauí: 3,66%
- Distrito Federal: 3,11%
- Tocantins: 2,49%
- Acre: 1,25%
- Mato Grosso: 1,13%
- Roraima: 0,56%
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Fonte: gcmais.com.br