Por conta das tradições da Semana Santa, o comércio em Fortaleza registrou grande movimentação nos últimos dias, especialmente nesta quinta-feira (17), véspera da Sexta-feira Santa. A busca por produtos típicos como peixes, frutos do mar, ovos de chocolate, vinho e pão de coco aqueceu as vendas ao levar consumidores para as compras de última hora e também acendeu o alerta para os preços, que, segundo consumidores, estão mais altos neste ano.
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Na casa da aposentada Fátima Silva, manter o costume do almoço em família é prioridade — mesmo diante da alta nos preços. “Faltar o peixe é tradição. Aí tem os filhos, né? Cada um traz a sua parte, aí eu vou pra cozinha fazer”, contou, entre risos. Ela afirma que, apesar do esforço financeiro, a tradição precisa ser mantida.
Os comerciantes também sentiram o impacto do aumento na procura. O vendedor Sérgio Leonel, que atua no mercado de frutos do mar, destacou a grande demanda por camarão. “A procura tá grande. Camarão com a malta barata… É muito bom a venda de camarão. Tá caro o preço, viu? Mas o pessoal tá consumindo muito camarão, até mais que peixe”, relatou.
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Em meio ao movimento, muitos consumidores estão optando por pesquisar antes de comprar. É o caso de Maria Aurinete, auxiliar de cozinha. “Temos que pesquisar, né? Porque hoje o brasileiro tem que pesquisar. O preço tá caro, tá nada barato, mas é assim mesmo”, afirmou, reforçando o desafio de manter a tradição com orçamento apertado.
Nos supermercados, a estratégia foi oferecer descontos de última hora para atrair clientes e evitar que produtos fiquem encalhados nas prateleiras. O gerente de um supermercado da capital, João Paulo, explicou que o período é importante para o setor. “Esse período é muito proveitoso. O pessoal procura muito os produtos da Páscoa: ovo, vinho, pão de coco… A gente tá com várias ofertas. Tem produto com 20%, até 30% de desconto.”
Variação de preços e alerta ao consumidor
Uma pesquisa do Procon Fortaleza realizada nas 12 regionais da capital apontou variações expressivas nos preços. O chocolate, por exemplo, teve diferença de até 52% entre estabelecimentos: a caixa mais barata foi encontrada por R$ 12,49 na Maraponga, enquanto a mais cara custava R$ 18,99 no Centro.
No caso do pão de coco, a variação foi ainda maior: 199%. O quilo foi encontrado a R$ 8,99 na Maraponga e chegou a R$ 26,90 na Aldeota. Já o filé de bacalhau, tradicional na Semana Santa, registrou a maior diferença de preço: 251%, com valores entre R$ 53,99 no Jangurussu e R$ 189,90 na Maraponga.
De acordo com a presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB-CE, Cláudia Justa, o aumento abusivo de preços sem justificativa pode ser considerado ilegal. “A elevação de preço sem uma justificativa plausível é considerada uma prática abusiva e passível de aplicação das sanções administrativas, dentre elas a penalidade de multa, conforme o Código de Defesa do Consumidor”, explicou.
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Fonte: gcmais.com.br
