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Condenado por estupro de passageira em Fortaleza, lutador de MMA é solto pela Justiça

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Condenado por estupro de passageira em Fortaleza, lutador de MMA é solto pela Justiça

O lutador de MMA e motorista de aplicativo Edílson Florêncio da Conceição, de 48 anos, condenado por estuprar uma mulher na saída de uma festa pré-carnaval em Fortaleza, foi solto pela Justiça do Ceará nesta segunda-feira (9), apenas cinco dias após a sentença que lhe impôs uma pena de oito anos e dois meses de prisão.

A decisão de soltura foi tomada pela juíza Adriana Aguiar Magalhães, que autorizou o cumprimento do restante da pena em regime semiaberto, alegando que Edílson possui “bons antecedentes, bom comportamento” e é réu primário. O alvará de soltura foi expedido na última sexta-feira (6) e executado nesta segunda-feira (9).

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O crime ocorreu em janeiro deste ano, e Edílson estava preso desde então — um total de quatro meses e 12 dias. Ele foi condenado por estupro de vulnerável, já que a vítima, a empresária Renata Coan Cudh, estava alcoolizada, e por resistência à prisão, após ser capturado em flagrante por policiais militares.

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A soltura do condenado foi revelada pela própria vítima, que falou publicamente pela primeira vez em um vídeo divulgado nas redes sociais na noite desta segunda-feira. Com voz firme, mas emocionada, Renata relembrou o trauma:

“Fui sequestrada, estuprada e estrangulada até quase a morte em um matagal”, contou. “Foram três policiais, já no fim do turno, que passaram por ali e me salvaram. Se não fosse por eles, eu não estaria viva.”

Renata também relatou que viveu os últimos quatro meses em silêncio, ao lado da família, sem buscar exposição enquanto aguardavam a Justiça. “Foi um pesadelo diário. Agora decidi falar, porque essa história não pode terminar assim.”

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Defesa promete recorrer; MPCE acompanha caso

O advogado Luiz Nogueira, que representa Renata, anunciou que a defesa irá recorrer da decisão que colocou o condenado em liberdade. “É um filme de terror. O depoimento dela é um filme de terror”, declarou. Ele defende mudanças na legislação penal:

“A lei tem que mudar. Não pode começar com seis anos de pena mínima para um crime desses. A nossa ideia é lutar para mudar isso, é a única forma de evitar novos absurdos como esse.”

O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), autor da denúncia contra Edílson, ainda não se manifestou oficialmente, mas deve se posicionar nos próximos dias sobre a possibilidade de contestar a decisão em segunda instância.

Relembre o caso

O crime ocorreu por volta da 1h da madrugada do dia 19 de janeiro, no bairro Edson Queiroz, em Fortaleza. Renata havia saído de um bloco pré-carnaval e solicitado um carro por aplicativo. Ela foi abordada por Edílson, que a sequestrou, levou para um matagal, a violentou e tentou matá-la por estrangulamento.

A ação foi interrompida por três policiais militares que passavam pela área e encontraram o veículo estacionado de forma suspeita. O laudo da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) confirmou os sinais de agressão e o estupro da vítima.

Justiça questionada

A liberação de Edílson reacendeu o debate sobre a efetividade das punições em casos de violência sexual no Brasil, especialmente quando a vítima sobrevive e consegue comprovar o crime. Organizações de direitos humanos e coletivos feministas também se mobilizaram nas redes sociais nesta terça (10), exigindo revisão da decisão e justiça para Renata.

A empresária finalizou seu relato com um apelo:

“Minha história não é só minha. É de milhares de mulheres que são silenciadas todos os dias. Que essa exposição sirva para que nenhuma outra tenha que viver o que vivi — e, se viver, que pelo menos tenha justiça.”

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Fonte: gcmais.com.br