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Cultivo do cajueiro-anão fortalece economia do Ceará e impulsiona pequenos produtores

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Cultivo do cajueiro-anão fortalece economia do Ceará e impulsiona pequenos produtores

O Ceará, historicamente reconhecido como protagonista na produção de caju no Brasil, alcança um novo patamar com o cultivo do cajueiro-anão precoce. Desenvolvida especialmente para o semiárido nordestino, essa variedade vem revolucionando a cajucultura cearense, aliando maior produtividade, resistência climática e impacto social positivo.

Atualmente, o Ceará responde por cerca de 60% da produção nacional de castanha de caju, com mais de 120 mil toneladas colhidas em 2024, o que movimentou aproximadamente R$ 600 milhões na economia local. Desse volume, 70% são destinados à exportação, com destaque para a castanha — produto de alto valor agregado no mercado internacional.

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Para o agrônomo Franzé Sousa, presidente do Sindicato dos Produtores de Caju de Horizonte, a cultura tem grande relevância social: “70% dos produtores são pequenos agricultores. A cajucultura é altamente promissora e de grande apelo social”, afirma.

Do sertão à exportação: eficiência e sustentabilidade

Exemplo desse modelo de sucesso vem da propriedade da família Nogueira, no município de Horizonte. Há mais de três décadas, abandonaram o cajueiro tradicional para investir no anão precoce. Hoje, cultivam cerca de mil plantas em 10 hectares, com produção estimada em 8 mil quilos por safra. Mesmo sem sistema de irrigação, o cajueiro-anão se adapta bem ao clima semiárido e garante colheitas regulares com manejo básico.

Além da castanha, o aproveitamento do pendúnculo (parte carnosa do fruto) agrega valor à produção. “Fabricamos cajuína duas vezes por semana, com frutos da nossa área. A meta é dobrar a produção de 5 mil para 10 mil litros por safra”, destaca Laécio Nogueira, produtor local.

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Do campo à mesa: caju movimenta o mercado

Nas feiras e mercados populares, como o Mercado São Sebastião, em Fortaleza, o caju domina as bancas durante a safra. O comerciante Leandro Moreira, presidente da associação local, vende até 100 caixas da fruta por dia. “É a fruta mais procurada no período. Além de nutritiva, é barata — entre R$ 4 e R$ 5 o quilo”, comenta.

A castanha, por sua vez, segue como carro-chefe nas exportações e nas prateleiras brasileiras. Tradicional, versátil e valorizada, ela amplia o impacto econômico da cajucultura em toda a cadeia produtiva.

Tecnologia e tradição lado a lado

Apesar da forte tradição, especialistas reforçam que a produção atual exige investimento em tecnologia e manejo adequado. “Hoje, nada se produz sem tecnologia. É preciso plantar mudas selecionadas, adubar, combater pragas. A planta, como o ser humano, precisa de cuidados para se desenvolver com saúde”, orienta Franzé Sousa.

Com o sucesso do cajueiro-anão precoce, o Ceará reafirma seu papel como referência nacional na cajucultura — unindo inovação, sustentabilidade e inclusão social no campo.

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Fonte: gcmais.com.br