Início » Blog » Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+: celebração, resistência e conquistas
Ceará

Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+: celebração, resistência e conquistas

dia-internacional-do-orgulho-lgbtqiapn+:-celebracao,-resistencia-e-conquistas
Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+: celebração, resistência e conquistas

Neste sábado, 28 de junho, o mundo celebra o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, uma data marcada por manifestações, eventos culturais e, sobretudo, pela reafirmação do direito à diversidade e ao respeito. Mais do que uma comemoração, o dia é um lembrete da luta histórica por igualdade e dignidade para lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer, intersexuais, assexuais, pansexuais, não-binários e outras identidades de gênero e orientação sexual.

Em Fortaleza, a festa acontece no domingo (29), na Av. Beira-Mar com a realização da 24ª Parada pela Diversidade Sexual do Ceará.

>Clique aqui para seguir o canal do GCMAIS no WhatsApp<<<

Origem da data

O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+ é celebrado em 28 de junho em referência à Rebelião de Stonewall, ocorrida em 1969 em Nova York. Naquela época, bares frequentados por pessoas LGBTQIAPN+ eram alvos constantes de batidas policiais, que resultavam em prisões e agressões. Em 28 de junho daquele ano, os frequentadores do bar Stonewall Inn, localizado no bairro de Greenwich Village, reagiram a uma dessas invasões policiais, dando início a protestos que duraram vários dias e marcaram o início do movimento moderno pelos direitos LGBTQIAPN+.

Esse levante simbolizou a resistência contra a opressão e a discriminação sofridas pela comunidade e inspirou a organização de manifestações e paradas do orgulho em diversas cidades dos Estados Unidos e do mundo a partir do ano seguinte, em 1970. Desde então, o 28 de junho tornou-se uma data para celebrar a diversidade, promover a visibilidade e reforçar a luta por direitos civis e contra o preconceito em todo o planeta.

Avanços e desafios no Brasil

O Brasil, apesar de avanços significativos, como a criminalização da LGBTfobia e o reconhecimento do casamento igualitário, ainda enfrenta altos índices de violência e discriminação contra pessoas LGBTQIAPN+. Segundo dados do Grupo Gay da Bahia, o país segue liderando o ranking mundial de assassinatos motivados por preconceito de orientação sexual ou identidade de gênero.

Para ativistas como Ana Clara Souza, integrante da ONG Mães Pela Diversidade, o orgulho é um ato político: “É preciso ocupar as ruas, as redes e os espaços de poder. O orgulho não é só festa, é resistência e luta por direitos.”

A data também é celebrada com eventos culturais, debates e ações de conscientização em todo o país. Paradas do Orgulho LGBTQIAPN+, exposições, rodas de conversa e campanhas digitais reforçam a importância da representatividade e do respeito à diversidade.

Para o estudante Gabriel Lima, de 19 anos, participar dessas atividades é uma forma de afirmar sua identidade: “Quando vejo pessoas como eu sendo respeitadas e celebradas, sinto que posso ser quem sou sem medo.”

>>Siga o GCMAIS no Google Notícias<<<

Acolhimento

Fundada em meio à crise sanitária da pandemia, a Outra Casa Coletiva, em Fortaleza, surgiu como resposta direta à urgência de acolhimento da população LGBTQIAPN+ em situação de vulnerabilidade social em Fortaleza.

Criada em 2020 pelo ator e ativista Ari Areia, a república de acolhimento se tornou um espaço de suporte contínuo que vai além da moradia, oferecendo também atendimento psicossocial, suporte jurídico, formação e inserção no mercado de trabalho.

“A gente entendeu que a necessidade de oferta de acolhimento institucional para essa população vulnerabilizada persistia para além das questões que envolviam a pandemia”, afirma Ari Areia.

Outro exemplo na Capital é o Centro de Referência LGBT Janaína Dutra, que oferece atendimento psicossocial, orientação jurídica, cursos e apoio para vítimas de violência e retificação de documentos.

No âmbito público, a Prefeitura de Fortaleza, por meio da Coordenadoria Especial de Diversidade Sexual, promove políticas intersetoriais nas áreas de saúde, cultura e educação, com campanhas de conscientização e serviços específicos para a população LGBTQIAPN+. Além disso, grupos culturais como o Arte de Amar fortalecem ações educativas e de combate ao preconceito. Essas iniciativas, juntas, representam um avanço na garantia de direitos e na construção de uma sociedade mais inclusiva e respeitosa com a diversidade na capital cearense.

O papel das empresas e da sociedade

Nos últimos anos, empresas e instituições têm se engajado em campanhas de inclusão, adotando políticas de diversidade e promovendo ambientes mais acolhedores. Especialistas alertam, porém, para o risco do chamado “pinkwashing”, quando marcas usam símbolos LGBTQIAPN+ apenas para fins comerciais, sem um compromisso real com a causa.

Trielétrica 2025

No próximo dia 29 de junho, Fortaleza será palco de um dos eventos mais emblemáticos em prol da diversidade: a Parada da Diversidade Sexual do Ceará. Na ocasião, haverá a Trielétrica 2025, programação que contará com a presença especial da apresentadora Katiúzia Rios, que comandará um trio elétrico levando entretenimento e reforçando a importância da visibilidade e do respeito à comunidade. Toda a população está convidada a participar desse momento de celebração, orgulho e luta por igualdade.

Leia também | Brasil avança em direitos LGBTQIAPN+, mas violência e preconceito ainda ameaçam a comunidade

>>>Acompanhe o GCMAIS no YouTube<<< 

Fonte: gcmais.com.br