O Dia Mundial do Rim é celebrado no dia 13 de março, com o objetivo de conscientizar a população sobre os riscos da doença renal crônica (DRC) e a importância do diagnóstico precoce no tratamento.
No Brasil, cerca de 160 mil pessoas realizam hemodiálise anualmente, enquanto aproximadamente 6 mil transplantes de rim são realizados, com 200 desses procedimentos ocorrendo no Ceará.
A paciente Fernanda Sousa, diagnosticada com problemas renais desde a infância, ilustra os desafios enfrentados por muitos pacientes. Com menos de dois anos, ela começou a hemodiálise e, após anos de tratamento, recebeu um rim compatível para transplante, o que lhe proporcionou uma nova perspectiva de vida.
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“Veio fazendo por seis anos a diálise peritoneal, que é um tratamento feito em casa, e logo após a diálise peritoneal não foi mais eficaz. Entrou com uma hemodiálise, fez três anos a hemodiálise e em seguida veio o transplante”, conta a mãe dela, Mazé Sousa. A mãe conta que teve que parar de trabalhar para se dedicar à saúde da filha e se mudar de Independência, no interior do Ceará, para Fortaleza.
Ághata, uma menina de apenas dois anos, também enfrenta uma trajetória semelhante. Diagnosticada ainda na barriga da mãe com problemas renais, ela aguarda um transplante enquanto continua o tratamento. O pai dela, Tony de Sousa, relata que os médicos estão monitorando a condição da filha para determinar o melhor momento para a cirurgia.
“O rim dela da esquerda é um pouco menor e o da direita já é um pouco maior. O da esquerda tem dois retornos, que no caso é para ser só um. Então os médicos fizeram acompanhamento. Fazendo, disse que quando ela tivesse em uma idade e um peso ideal, eles iam ver se dava para fazer a cirurgia ou não”, explica ele.
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Dona Maria, uma atendente de padaria afastada há três anos à espera de um rim compatível, sonha em voltar ao trabalho e retomar a vida normal: “Vai chegar o dia de eu conseguir meu transplante e que vai mudar minha vida totalmente. É o meu sonho voltar a trabalhar.” Clóvis Gondim, um pedagogo que enfrenta a doença há quatro anos, também espera por um doador: “a minha expectativa é sair da hemodiálise, conseguir o rim e voltar a minhas atividades.”
Foto: GCC
Atividade renal
Os rins desempenham funções vitais no organismo, como a remoção de resíduos e o controle do equilíbrio hídrico. No entanto, a doença renal crônica é frequentemente silenciosa e pode se manifestar em qualquer idade. Fatores como diabetes e hipertensão estão entre as principais causas da doença.
O nefrologista Paulo Mota explica que muitos pacientes só percebem os sintomas quando já 80% da função renal está comprometida. “Tem como causas principais hoje no Brasil e no mundo o diabetes e a hipertensão. Existem outros fatores, chamados fatores de risco, que também se associam à maior prevalência da doença, que são os idosos, as pessoas que têm doença cardiovascular, os tabagistas”, diz ele.
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Os sinais de alerta incluem mudanças na urina, dores nas costas e inchaço no corpo. Exames simples, como a dosagem de creatinina no sangue e análises de urina, são essenciais para detectar problemas renais precocemente. Segundo estimativas da Organização Internacional World Kidney Day, cerca de 850 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de alguma forma de DRC.
Fundação do Rim
Há, nesse contexto, o apoio de associações que atuam para melhorar a qualidade de vida desses pacientes e para prevenir novos casos. A Fundação do Rim atua na prevenção da doença renal crônica e na reinserção social dos pacientes em tratamento.
O médico Paulo Mota, presidente da Fundação, enfatiza que a prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para evitar a progressão da doença. “A doença renal crônica pode ser prevenida e, quando diagnosticada de forma precoce, pode ser tratada. Nós podemos intervir com dieta, com medicamentos, com mudança de estilo de vida, de maneira que a gente possa ou fazer a doença parar na sua evolução ou pelo menos fazer com que ela evolua mais lentamente.”
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Fonte: gcmais.com.br