Moradores dos conjuntos habitacionais Maria Tomásia e José Euclides, no bairro Jangurussu, em Fortaleza, viveram momentos de terror nesta segunda-feira (18), após serem obrigados a deixar suas casas por ordem de uma facção criminosa. A expulsão forçada transformou o cotidiano das comunidades, revelando um cenário de abandono e medo. Horas depois da ação criminosa, a polícia realizou uma operação nos locais e encontrou diversos apartamentos vazios, ainda com móveis, brinquedos e eletrodomésticos, sinal de que as famílias fugiram às pressas.
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A ocupação dos imóveis por criminosos é uma prática comum: residências desocupadas são usadas como esconderijo para armas, drogas e produtos ilícitos. Apesar da presença policial, o silêncio e o medo dominam a região. Ninguém quer falar sobre o assunto por receio de retaliação. Situações semelhantes já haviam sido registradas em outras regiões do Ceará, como em Morada Nova, onde uma comunidade inteira foi forçada a fugir, transformando o local em uma “cidade fantasma”.
Thiago de Holanda, coordenador do Comitê de Prevenção e Combate à Violência, explica que esse tipo de expulsão forçada tem efeitos comparáveis a situações de guerra. “Temos consequências desse fenômeno similares a de guerra. Deslocamento forçado em massa, quadras inteiras sendo expulsas por conta de disputas desses grupos armados”, relatou. Ele também destaca que muitos desses moradores não têm qualquer ligação com o crime organizado: “Simplesmente por morar no território que aquele grupo tem interesse, pode acontecer a expulsão.”
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Além da perda de moradia, as vítimas enfrentam ameaças de morte, desaparecimento de entes queridos e o impedimento de circular livremente em bairros controlados por facções rivais. “Temos hoje desaparecimento de pessoas, pessoas que não podem acessar um equipamento público porque é de outra facção. Isso virou um grande drama e um trauma coletivo que marca profundamente a vida da população, principalmente nas periferias de Fortaleza”, completou Thiago.
Enquanto a polícia tenta conter a atuação dos criminosos com operações pontuais, moradores seguem vivendo sob tensão e insegurança. O medo se tornou parte da rotina. Para muitas famílias, a única alternativa é abandonar tudo e recomeçar em outro lugar — longe da violência, mas também distante do que um dia chamaram de lar.
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Fonte: gcmais.com.br