Comerciantes que atuam na tradicional Feira da Madrugada, no Centro de Fortaleza, foram surpreendidos no último domingo (8) com a antecipação do horário de encerramento das atividades, determinado pelo Poder Municipal. Antes autorizados a funcionar até às 7h, os feirantes agora devem encerrar suas vendas às 5h, conforme decisão comunicada pela Secretaria Regional (SER) 12.
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A medida, segundo a SER 12, busca reduzir os impactos no trânsito nas imediações da feira, que ocupa a região entre a Avenida Pessoa Anta e a Catedral Metropolitana de Fortaleza. A alteração causou apreensão entre os trabalhadores, que relatam ter sido pegos de surpresa pela decisão. A secretaria afirma, no entanto, que a mudança foi comunicada aos feirantes ao longo da semana anterior.
Em nota, a SER 12 destacou que a mudança ainda é provisória e que “seguem as tratativas para definição do horário definitivo, que depende da análise do tempo necessário para a dispersão total da feira”. A pasta acrescentou que a decisão está sendo implementada de forma “organizada e articulada”.
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Como parte do processo de reestruturação, a Prefeitura deu início ao mapeamento e cadastramento dos feirantes, com o objetivo de dimensionar o espaço ocupado e planejar um reordenamento gradual da atividade. A ideia é estabelecer um controle mais eficaz do uso do espaço público, incluindo a organização do trânsito, transporte intermunicipal e abastecimento de mercadorias.
Entre as melhorias já implementadas, a SER 12 atendeu a uma antiga demanda dos comerciantes e passou a oferecer banheiros químicos nos dias de feira — às terças e sextas-feiras. Também estão sendo estudadas novas soluções para carga e descarga de mercadorias, fechamento de vias durante a madrugada e implantação de binários viários para facilitar o trânsito na área.
A manutenção da ordem no espaço público onde ocorre a Feira da Madrugada está a cargo da Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis), que atua com equipes fixas e volantes na Rua José Avelino e seu entorno. A ação fiscalizadora tem amparo no Código da Cidade (Lei Complementar nº 270/2019), cujo Artigo 889 considera infração grave qualquer obstrução ao trânsito de pedestres e veículos sem autorização municipal.
Apesar das justificativas da Prefeitura, muitos feirantes demonstraram preocupação com os impactos econômicos da redução no horário de funcionamento. A faixa entre 5h e 7h costuma ser um dos momentos de maior movimento, especialmente por atender clientes vindos do interior e lojistas que abastecem seus comércios antes da abertura oficial das lojas.
“Essa mudança pegou a gente de surpresa. A gente entende que precisa de organização, mas cortar duas horas do nosso trabalho sem combinar é muito prejudicial”, afirmou um comerciante que preferiu não se identificar.
Os representantes dos feirantes pedem que as decisões sejam tomadas em conjunto, considerando as realidades de quem depende da feira para sobreviver. Eles também cobram mais clareza e previsibilidade nas ações do poder público.
A SER 12 reforça que o diálogo com os trabalhadores segue aberto e que a adoção de um cadastro contínuo e atualizado dos feirantes será fundamental para definir as próximas fases do reordenamento. A proposta, segundo a secretaria, é buscar equilíbrio entre o funcionamento da feira, a mobilidade urbana e o uso adequado do espaço público.
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Fonte: gcmais.com.br
