Fortaleza recebeu o Fórum da Cultura Oceânica, que reuniu representantes do governo, pesquisadores, educadores e membros da sociedade civil para discutir a urgência de inserir temas ligados ao mar no currículo das escolas cearenses. A proposta é clara: construir um Currículo Azul que sensibilize as futuras gerações sobre a importância do oceano para o meio ambiente, a economia e o bem-estar da população.
O evento destacou que o Ceará, com seus mais de 500 quilômetros de litoral — sendo 34 km apenas em Fortaleza —, possui um enorme potencial marítimo ainda pouco explorado de forma sustentável. A iniciativa é parte de um esforço maior coordenado por instâncias nacionais e internacionais para ampliar o conhecimento sobre os oceanos nas comunidades.
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Para o secretário do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Inácio Arruda, a integração entre ciência, educação e comunidade é essencial. “O Ministério quer essa integração, a integração da universidade, dos pesquisadores, dos cientistas, com a comunidade”, afirmou. Segundo ele, o conhecimento necessário sobre o mar vai além das disciplinas tradicionais e deve envolver todos os setores da sociedade.
A vice-reitora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Diana Cristina Silva de Azevedo, reforçou esse ponto ao destacar o papel da universidade na construção de uma cultura oceânica. “Esse fórum coordena várias instâncias relacionadas à cultura oceânica, desde a popularização da ciência às descobertas do nosso querido Instituto de Ciências do Mar, o Labomar, e também envolve pessoas que trabalham com a economia do mar”, disse.
A principal diretriz do fórum é simples e poderosa: “Só se cuida daquilo que se conhece”, disse o presidente do Instituto de Planejamento de Fortaleza (Ipplan), Arthur Bruno. Para ele, é imprescindível que as escolas reconheçam a importância de ensinar sobre o mar e incorporem esse conteúdo no dia a dia das salas de aula. “Proteger o mar, a fauna, a flora… tudo isso ajuda a produzir mais riqueza. Você imagina o turismo ecológico que nós podemos fomentar na nossa região”, afirmou.
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A educação também é vista como uma ferramenta para estimular a geração de renda de forma sustentável. É nesse contexto que surgiu a Adenfó, uma autarquia especial criada em Fortaleza com o objetivo de integrar educação, meio ambiente e desenvolvimento. Segundo Leonardo Torquato, representante da Agência de Transformação, “o papel da Adenfó é apoiar essas iniciativas para que tenhamos uma difusão mais assertiva da cultura oceânica e uma juventude mais comprometida com a pauta ambiental”.
O Brasil, embora possua uma extensa costa, ainda ensina muito pouco sobre o oceano nas escolas. Essa é uma preocupação global, como destacou Ronaldo Christofoletti, presidente da Cultura Oceânica da Unesco no Brasil. “Ao termos um oceano saudável, teremos um planeta saudável e uma vida saudável. O objetivo do Currículo Azul é justamente trazer isso para o ensino, porque hoje nenhum país no mundo faz isso de forma estruturada”, afirmou.
A Marinha do Brasil também participou do encontro. O capitão dos portos de Fortaleza, Bruno Emilião, salientou que a construção do Currículo Azul é resultado do esforço coletivo entre academia, marinha e poder público. “O currículo, nesse momento, é a concretização de um trabalho de vários atores para que o entendimento da importância do oceano chegue à maioria da população”, disse.
O Fórum da Cultura Oceânica quer ir além da discussão: busca mobilizar gestores e educadores para que a educação sobre o mar seja uma realidade nas escolas cearenses. A meta é formar cidadãos mais conscientes sobre os impactos ambientais e as possibilidades econômicas associadas aos oceanos. “O mar está em toda parte da nossa vida, mesmo quando não o vemos. Se ele está no mar, nós temos que cuidar muito bem dele”, resumiu um dos participantes.
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Assista à reportagem completa no Jornal da Cidade:
Fonte: gcmais.com.br