A Justiça condenou Romualdo Sousa Barros a 35 anos de prisão, por matar um veterinário e tentar matar uma nutricionista em Fortaleza, em julho de 2024. O Tribunal da 5ª Vara do Júri de Fortaleza acatou integralmente as teses do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), com a condenação tendo sido efetivada nesta quarta-feira (30).
A vítima, Saúl Gaudêncio Neto, atuava como pesquisador de medicina veterinária em uma universidade e trabalhava junto com o assassino. Conforme informado, Romualdo havia recebido três suspensões no trabalho e se sentia perseguido pelo veterinário, tendo então planejado o crime como vingança.
Na ocasião do crime, ele atraiu Saúl Gaudêncio Neto e a namorada, em uma emboscada no bairro Edson Queiroz, tendo matado o pesquisador e tentado matar a mulher, que é nutricionista.
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Conforme as investigações, o homem trabalhava há mais de dez anos na universidade e era responsável pelo bem-estar dos animais do curso de Medicina Veterinária. Porém, nos últimos tempos, ele começou a faltar de forma injustificada e recebia críticas de colegas por se mostrar negligente nas atividades, além de ter escondido na fazenda onde trabalhava uma arma de fogo obtida de forma ilícita, sob o argumento de própria defesa.
Essa conduta culminou numa suspensão e duas advertências formais. O pesquisador – que seria depois assassinado – chegou a interceder para que ele não perdesse o emprego, porém isso não era de conhecimento de Romualdo.
No dia do crime, as duas vítimas se dirigiram à fazenda onde são criados os animais da universidade para avaliar uma cabra supostamente doente, por insistência de Romualdo. Após o atendimento veterinário, as vítimas já se preparavam para ir embora, quando o acusado pediu uma carona até as proximidades de um shopping.
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O veículo era conduzido pelo pesquisador até que, repentinamente, Romualdo ordenou que parassem o carro e surpreendeu as vítimas com uma arma de fogo, atingindo o condutor com um disparo na parte de trás da cabeça. Já a nutricionista conseguiu deixar o veículo para fugir, sendo também atingida com disparos. Mesmo assim, ela conseguiu correr para longe do agressor e foi socorrida e levada a um hospital.
Funcionário que matou veterinário em emboscada, em Fortaleza, é condenado a 35 anos de prisão
Depois de efetuar os disparos, o réu deixou o local e descartou a arma de fogo utilizada. Ao chegar em casa, inicialmente Romualdo agiu normalmente, mas quando a companheira dele soube do crime pelas redes sociais e o confrontou, ele confessou.
Quando os policiais chegaram à casa de Romualdo para prendê-lo flagrante, ele tentou se esquivar, atribuindo para si um falso nome, e só admitiu a real identidade por insistência dos agentes de segurança.
Pena
O MP do Ceará denunciou Romualdo pelos crimes de homicídio consumado triplamente qualificado (do veterinário), homicídio tentado triplamente qualificado (da nutricionista), falsa identidade, receptação e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
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Na sessão em plenário, o réu alegou ter sofrido violência policial para confessar os crimes na fase investigativa, porém essas alegações foram inteiramente rejeitadas pelo Conselho de Sentença, a partir da argumentação e das provas expostas pelo Ministério Público.
Os jurados acolheram a íntegra do pedido de condenação feito pelo MP e o réu foi condenado a uma pena total de 35 anos e 6 meses de reclusão, além de 3 meses de detenção. Além disso, foi condenado também ao pagamento de reparação de danos, correspondente ao valor de R$ 100 mil aos parentes da vítima fatal e a R$ 40 mil à vítima sobrevivente.
Recurso
Um dia após o homem ser condenado pela morte do veterinário, em Fortaleza, nesta quinta (31), o MP interpôs recurso de apelação ao Tribunal de Justiça com o objetivo de aumentar a pena.
O processo faz parte do Programa Tempo de Justiça, que busca agilizar o julgamento dos casos de homicídio em Fortaleza em até 400 dias após o crime. A iniciativa é uma parceria do MP do Ceará com o Tribunal de Justiça do Estado, a Defensoria Pública do Ceará e o Governo do Estado.
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Fonte: gcmais.com.br