Três dias após o anúncio da Petrobras de uma redução de 4,9% no preço da gasolina para as distribuidoras, os motoristas de Fortaleza ainda não sentiram diferença nas bombas dos postos de combustíveis. A promessa de alívio no bolso virou frustração para muitos condutores, que seguem pagando os mesmos valores praticados antes da mudança.
Conforme registrado pela equipe de reportagem da TV Cidade Fortaleza, o preço médio da gasolina na capital cearense segue variando entre R$ 6,23 e R$ 6,39 – os mesmos valores encontrados antes do anúncio.
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O assessor de Assuntos Econômicos do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Ceará (Sindipostos), Antônio José, explicou que o impacto das reduções anunciadas pela Petrobras não é imediato e que a estatal, hoje, não é a principal fornecedora de combustível no estado. “O que a gente percebe é que os preços chegaram na distribuidora, mas para chegar no varejo é uma diferença muito grande de tempo e até de margens. Por quê? Porque a gasolina, ela de cara já tem 30% que é etanol. Então esse etanol não vai mexer”, afirmou.
Segundo ele, entre 50% e 60% da gasolina comercializada no Ceará vem de refinarias privadas ou é importada. “O consumidor tem que entender que a Petrobras tem uma influência muito importante no mercado, mas não é o principal fornecedor. A grande maioria vem de refinarias privadas e de importação, que não recebem qualquer influência da Petrobras”, acrescentou.
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Consumidores observam que, se por um lado as reduções não chegam aos postos de gasolina, os aumentos implementados nacionalmente são imediatamente repassados pelos postos para o consumidor. Antônio José também rebateu essa ideia: “É um mito que se criou que se sobe imediatamente”, explicou. Segundo ele, o reajuste para cima ocorre apenas quando o revendedor “não tem mais condição de segurar o preço”, pontuando ainda que a concorrência entre os postos é o principal fator que impede aumentos abusivos.
Já a demora para a redução, diz o assessor, está relacionada ao estoque existente. “A gasolina que está aqui embaixo está cara ainda. Então, como é que ele vai baixar o preço se essa gasolina está cara? Ele tem que esvaziar o estoque para poder baixar”, explicou.
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De acordo com ele, mesmo após o anúncio da Petrobras, as reduções efetivas nas distribuidoras foram pequenas. “Depois dessa mexida da Petrobras, caíram de 2 a 3 centavos. Então, totalmente diferente do que a Petrobras divulgou, mas explicado pelo que a gente falou antes. A Petrobras não é a única fornecedora, nem a principal”, concluiu.
A redução foi implementada pela Petrobras na última segunda-feira (20), fazendo com que o combustível passasse a custar, em média R$ 2,71 o litro. Trata-se da segunda redução da gasolina feita pela estatal neste ano, após quase cinco meses sem alteração no valor. A mudança passou a valer na terça-feira, segundo a Petrobras.
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Fonte: gcmais.com.br