A greve dos servidores do INSS, iniciada em julho e sem previsão de término, tem gerado grandes transtornos para os segurados e beneficiários em todo o país. No Ceará, a paralisação dos serviços resultou no fechamento total de diversas agências e no atraso significativo nos atendimentos.
A greve, que começou em julho, é impulsionada por demandas por melhores condições de trabalho e pelo cumprimento de um acordo de greve estabelecido em 2022. “Infelizmente, a gente teve dois momentos de conversa com o governo no dia 16 de julho e no dia 24 de julho, mas a gente não conseguiu avançar na nossa pauta. Essa semana é muito importante porque vai ter uma reunião na sexta-feira à tarde, uma pauta específica do INSS lá em Brasília e a gente está fortalecendo esse movimento. Efetivamente, a gente ainda não avançou, a gente não teve uma mesa de negociação,” explica Cláudia Targino, diretora do Sindicato dos Servidores Federais da Saúde, Previdência e Trabalho do Estado do Ceará (SINPRECE).
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A greve tem causado sérios impactos para os segurados. No Ceará, aproximadamente 39% das agências foram afetadas, resultando em atrasos nos atendimentos e na concessão de benefícios. Um exemplo é o caso do aposentado Antônio Carlos Rodrigues, que tentou realizar um serviço de portabilidade sem sucesso. “A gente vem tão longe, o dinheiro da gente tá tão difícil, pra gente tá pagando pra sair e chegar aqui e tá de greve. Aí a gente fica nessa daí,” lamentou.
Em outra ocorrência, um segurado que havia agendado uma perícia na agência de Edson Queiroz em Fortaleza não conseguiu ser atendido. Ele relatou: “É uma vergonha. A agência aqui do Edson Queiroz estava agendado uma perícia para hoje, às quatro e meia da tarde, aqui na agência sul do Edson Queiroz. Fui informado que a médica não veio. Me botaram para agendar a minha outra perícia. Olha a vergonha. Marcaram a minha perícia para o dia 14 de novembro de 2024, às 9 horas da manhã, Avenida Aldemir Fernandes 101, aeroporto Mossoró, se eu moro em Fortaleza.”
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A diretora do SINPRECE destacou que essa situação não é nova: “Geralmente, pessoas de outros municípios vêm ser atendidos na perícia e, às vezes, têm que marcar para outro estado, ou porque não tem vaga, ou a vaga que tem está muito distante. As pessoas esperam seis meses, agendam um requerimento, um benefício e é atendido daqui a seis meses. Às vezes chega no dia do seu agendamento, por algum motivo, por um sistema que está fora do ar, ou o médico perito que não pôde comparecer, tem que remarcar. Aí já é uma espera. Então a população também vem sofrendo com a perícia médica, que embora não esteja de greve, mas já vem sendo sucateada por falta de profissionais para atender toda a população.”
Em resposta à situação, o INSS emitiu uma nota informando que os serviços agendados para Perícia Médica Federal, avaliação do benefício por incapacidade temporária e o benefício de prestação continuada, além do serviço social e reabilitação profissional, continuam funcionando. No entanto, os serviços não agendados, como orientação e informação das agências e análise de pedidos, estão impactados de forma parcial ou completa.
O INSS recomenda que os segurados que têm atendimento agendado compareçam às agências para verificar se seus serviços foram afetados pela greve, pois a grande parte dos servidores está em greve, enquanto alguns continuam atendendo. Os clientes também podem acessar o serviço de forma remota através do Meu INSS.
Uma nova reunião e ato dos grevistas está agendado para sexta-feira.
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Fonte: gcmais.com.br