Neste 27 de abril é celebrado o Dia Internacional do Cão de Busca e Resgate, e o trabalho dos cães das Forças de Segurança do Ceará ganha destaque. Nas operações, os cães de resgate e os cães de busca atuam em ocorrências de alta complexidade, para isso, esses animais são treinados para localizar vítimas desaparecidas e soterradas, desempenhando um papel vital em operações de salvamento.
Os cães farejam à procura de sinais de respiração humana e latem para alertar a equipe de resgate. E treinar cachorros para estas missões é um processo longo, porém o resultado vale a pena: esses cães ajudam a salvar vidas.
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Companheiros incansáveis
A Companhia de Busca com Cães (CBCães), vinculada ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), é a unidade especializada responsável pelas ações com cães farejadores. Com atuação em cenários urbanos e rurais, a CBCães conta atualmente com 17 cães — 11 operacionais e 6 filhotes — além de contar com 18 bombeiros militares, conhecidos como “cachorreiros”.
A equipe atua em situações como desabamentos, deslizamentos de terra, buscas por desaparecidos, achado de cadáver e outras missões de alta complexidade, tanto no Ceará quanto em outros estados. A companhia também coopera com a Polícia Militar do Ceará (PMCE) e com a Polícia Civil (PCCE).
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Muito além do resgate
A atuação da CBCães não se limita a salvamentos. A unidade também desenvolve terapias assistidas com cães, recebendo visitas de estudantes de veterinária e zootecnia, além de realizar atendimentos em instituições de saúde públicas e privadas. Os chamados “binômios” — duplas formadas por bombeiro e cão — promovem bem-estar e acolhimento em ambientes hospitalares.
O treinamento começa com uma brincadeira
No Ceará, raças como border collie, pastor alemão, pastor belga malinois, labrador e braco alemão são treinadas para busca e rastreamento. Os cães são preparados desde filhotes com técnicas baseadas em brincadeiras e recompensas. Parte dos treinamentos acontece em áreas controladas, como a região da Sabiaguaba, em Fortaleza.
O cuidado com a saúde dos cães é contínuo. O sargento e médico veterinário Rafael Gomes, do CBMCE, destaca a importância do acompanhamento clínico. “Eles só trabalham se estiverem saudáveis. O monitoramento é constante, com exames, vacinação e dietas específicas. A vida útil de um cão de busca vai de oito a dez anos”, explica.
Vínculo e dedicação dos cachorreiros
O laço entre os bombeiros e os cães vai além do trabalho. O subtenente Charles Feitosa, com 30 anos de carreira e 12 como cachorreiro, conta sobre sua relação com o cão Zeus. “Ele é meu parceiro, não uma ferramenta. Cuido da alimentação, saúde e hidratação antes mesmo de começar o dia de trabalho. É amor envolvido”, afirma.
A soldado Ioná Bezerra é a primeira mulher a atuar como cachorreira no Estado. Ela trabalha com a cadela Diná e fala com orgulho sobre a parceria. “Trabalhar com a Diná me faz crescer como profissional e como pessoa. É gratificante atuar em prol dos cearenses”, destaca.
Atuação em grandes tragédias
A CBCães tem histórico de participação em operações de grande porte, como o desabamento do Edifício Andrea, em Fortaleza, e a tragédia em Brumadinho (MG), em 2019. Em Petrópolis (RJ), após as chuvas de 2022, a equipe atuou com três cães em áreas de difícil acesso. O capitão Eliomar, comandante da CBCães, ressalta o papel essencial dos cães nas buscas. “Em Petrópolis, os cães foram responsáveis por mais de 60% das localizações”, afirma.
A cadela Nala, uma das mais experientes da companhia, tem 12 certificações e já atuou como instrutora em cursos nacionais. Em 2024, ela deu origem à nova geração de cães de resgate da corporação, ao lado do cão Max, também certificado em operações especiais.
Nova geração de heróis
Os filhotes de Nala e Max representam a continuidade do trabalho da CBCães. Eles já estão sendo treinados para se tornarem os próximos heróis de quatro patas das Forças de Segurança do Ceará. Com o mesmo rigor e cuidado, os binômios seguem comprometidos com a missão de salvar vidas.
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Fonte: gcmais.com.br