A indústria cearense vive um momento de forte apreensão após a entrada em vigor da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Com mais de 51% das exportações do Ceará destinadas ao mercado americano, o impacto foi imediato e severo, afetando diretamente a economia local. “Da forma como está, 50% chega a ser abusivo. Chega a dizer: se eu não quero mais comprar de você”, declarou Ricardo Cavalcante, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).
>>>Clique aqui para seguir o canal do GCMAIS no WhatsApp<<<
Em resposta, o governo federal anunciou um pacote emergencial com medidas econômicas para amenizar os impactos nas indústrias brasileiras. Entre as ações estão uma linha de crédito de US$ 30 bilhões com taxas acessíveis, adiamento de impostos e um novo Reintegra com alíquotas de 3,1% para grandes e médias empresas e 6% para pequenas, válidas até dezembro de 2026. Também foram anunciadas compras públicas de alimentos antes destinados ao mercado americano e a modernização do sistema de exportação.
Apesar do anúncio, a indústria ainda aguarda detalhes concretos sobre a execução dessas medidas. “Ontem, na medida provisória, várias coisas ainda estão em aberto. Foram ditas, estão lá, se vocês forem analisar, que a gente está analisando. Qual vai ser o valor do empréstimo que vai ser feito para as empresas?”, questionou Cavalcante. Ele também criticou a falta de clareza sobre a taxa de juros: “Alguns falam em 8, outros em 10. 10% ao ano para o mercado internacional, isso é um absurdo”.
>>>Siga o GCMAIS no Google Notícias<<<
A principal cobrança da FIEC é por um tratamento mais justo e ágil, considerando as diferenças entre os estados. “A indústria cearense espera medidas mais setorizadas. O problema que o Ceará está passando é diferente do problema que o Piauí está passando ou o Rio Grande do Sul. O estado do Ceará é o estado mais impactado. 51% das nossas exportações eram para os Estados Unidos. Nenhum estado do país tem essa peça igual”, ressaltou Cavalcante.
A FIEC também defende uma postura mais técnica e menos política nas negociações com os EUA. “Tem que ter diálogo. Nós estamos discutindo emprego, renda, condição das empresas que estavam muito bem, mas estavam muito bem mesmo. Da noite para o dia você não tem isso”, afirmou. Enquanto aguarda ações mais concretas, a indústria cearense segue em alerta, diante das incertezas que ameaçam sua competitividade internacional.
Leia também | Banco do Nordeste tem lucro recorde e contrata R$ 34,8 bilhões no melhor semestre de sua história
Fonte: gcmais.com.br