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Jegue é flagrado comendo lixo pelas ruas da Vila de Jericoacoara, no Ceará

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Jegue é flagrado comendo lixo pelas ruas da Vila de Jericoacoara, no Ceará

Turistas que visitam Jericoacoara, no litoral do Ceará, têm se deparado com uma cena preocupante: jegues circulando livremente pela vila em situação de abandono, revirando o lixo em busca de alimento e, em alguns casos, sendo vítimas de maus-tratos. Um vídeo gravado por Daiane Silva Ribeiro, turista de São Paulo, mostra um dos animais ingerindo uma sacola plástica. Em outro momento, Daiane presenciou um jegue sendo agredido por um turista estrangeiro, sem que houvesse qualquer fiscalização ou intervenção local.

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Segundo relatos, a situação dos animais piorou após a proibição do uso de jegues para transporte de turistas — uma prática comum na região até alguns anos atrás. Desde então, os animais ficaram sem função e, aparentemente, sem qualquer política de manejo ou acolhimento. A turista afirma que tentou denunciar os maus-tratos pelos canais oficiais, mas não recebeu retorno das autoridades locais.

Em resposta, o prefeito de Jijoca de Jericoacoara, Leandro Cézar, disse que os animais costumam entrar na vila especialmente à noite, atraídos por restos de comida. Ele afirmou que a Prefeitura realizou ajustes no sistema de coleta de lixo para dificultar o acesso dos jegues aos resíduos, mas reconheceu que a administração municipal não tem controle total sobre os animais, que hoje somam cerca de 200, conforme levantamento interno.

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O caso traz à tona uma discussão mais ampla sobre o abandono dos asininos no Brasil. Dados do IBGE apontam uma queda de 62% na população desses animais entre 2017 e 2022. Durante séculos companheiros de trabalho no campo e símbolo da vida sertaneja, os jegues agora enfrentam um cenário de invisibilidade e negligência, agravado pelo avanço do abate para exportação. Especialistas alertam que, caso a tendência continue, a espécie pode caminhar para a extinção no país.

De acordo com o Ministério da Agricultura, entre 2017 e julho de 2023, mais de 237 mil asininos foram abatidos no Brasil. A maior parte desse abate acontece na Bahia, mas estados como Ceará e Piauí aparecem entre os principais fornecedores dos animais. A motivação principal está na exportação de peles para a China, onde o colágeno extraído da pele do jumento é utilizado na produção do ejiao, um produto da medicina tradicional chinesa.

 

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Fonte: gcmais.com.br