A cidade de Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), chegou a marca de 100 mortes violentas até esta quinta-feira (27), segundo levantamento da TV Cidade. O número já supera todo o ano de 2024, quando foram contabilizados 87 homicídios — índice que colocou o município como o mais violento do País, conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O cenário reforça a escalada da criminalidade e a dificuldade das forças de segurança em conter a letalidade associada a disputas entre facções criminosas.
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O caso mais recente ocorreu justamente nesta quinta-feira (27), quando Leandro Ferreira Araújo, de 43 anos, foi morto a tiros no bairro Parque Iracema. Ele seguia para o trabalho quando foi atingido por vários disparos. De acordo com informações repassadas para a equipe de reportagem, Leandro teria sido testemunha de uma tentativa de homicídio ocorrida nas últimas horas, e sua execução pode ter sido motivada por uma possível “queima de arquivo”. O crime chamou atenção pela ousadia dos suspeitos e reforçou o clima de insegurança entre os moradores da região.
Dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) apontam que, entre janeiro e outubro deste ano, Maranguape acumulou 79 homicídios. Já entre 1º e 20 de novembro, outros 12 assassinatos foram registrados — números ainda não consolidados pelo órgão. Com isso, o município soma mais de 90 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) somente em 2025, sem contabilizar ocorrências registradas nos últimos dias. A escalada preocupa autoridades e pressiona por respostas mais efetivas.
Triplo homicídio
Um dos episódios mais chocantes ocorreu em 20 de novembro, quando três homens foram mortos em um triplo homicídio na Travessa Gama, no bairro Guabiraba. As vítimas consumiam bebidas alcoólicas quando foram surpreendidas por dois indivíduos armados, que chegaram em uma motocicleta e efetuaram diversos disparos. A brutalidade do ataque reforça o modo de atuação de grupos criminosos que disputam território na cidade.
Após o triplo homicídio, equipes policiais iniciaram rapidamente as buscas e localizaram dois suspeitos. Ambos foram conduzidos à Delegacia de Polícia Civil de Maranguape, onde prestaram depoimento. A captura representou um dos poucos avanços em meio a uma série de crimes que, segundo as autoridades, têm como principal motivação conflitos entre facções rivais.
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Mortes são entre os mais jovens e estão ligadas a disputa de facções, diz secretário
Em entrevista ao Balanço Geral desta quarta-feira (26), o secretário da Segurança Pública comentou o cenário de violência no município. Segundo ele, a maior parte dos homicídios envolve jovens de 12 a 30 anos ligados a facções.
“Essa letalidade é entre eles, na sua grande maioria, entre pessoas que escolhem o risco de morrer”, afirmou. O secretário destacou ainda a dificuldade de prevenir esses crimes: “Imagina a dificuldade de proteger uma letalidade de alguém que coloca uma arma na cintura 2h da manhã para ir lá e atirar em alguém que já foi da facção dele. Como evita isso? Uma das formas é manter essa pessoa presa.”
Ele ressaltou que, mesmo quando presos, muitos suspeitos acabam soltos rapidamente ou passam a cumprir pena com tornozeleira eletrônica, o que dificulta o monitoramento. “Não tem polícia no mundo que faça isso individualmente, atrás de cada um deles depois que forem soltos”, enfatizou. Para o secretário, o endurecimento das consequências legais para reincidentes seria uma das formas de conter parte da violência.
A SSPDS reforçou que a população pode colaborar com investigações por meio de denúncias anônimas. Informações podem ser enviadas ao número 181, ao WhatsApp (85) 3101-0181 — que aceita mensagens, áudios, vídeos e fotos — ou pelo portal “e-denúncia”, disponível no endereço eletrônico https://disquedenuncia181.sspds.ce.gov.br/. O sigilo é garantido e, segundo a pasta, a participação da comunidade é essencial para identificar envolvidos e evitar novos crimes.
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Fonte: gcmais.com.br











