O presidente da SAF do Fortaleza, Marcelo Paz, fez um pronunciamento longo, emocionado e marcado pela autocrítica após o rebaixamento do clube para a Série B do Campeonato Brasileiro. Em tom de desabafo, ele pediu desculpas à torcida, reconheceu erros na gestão da temporada e afirmou que o momento exige “humildade, serenidade e responsabilidade”.
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Logo no início, Paz destacou que o rebaixamento, embora doloroso, não surpreende dentro do contexto histórico do futebol nordestino. “Quando voltamos para a Série A em 2019, depois de 13 anos, só tinha uma certeza: um dia ia cair. Porque é difícil. Os clubes do Nordeste nunca ficaram mais de cinco anos na Série A. O Fortaleza quebrou esse recorde ficando sete”, disse.
O dirigente relembrou conquistas importantes na elite — campanhas de destaque, classificações continentais, tabu quebrados e “noites históricas no Castelão” —, e pediu que o torcedor também reconheça esse ciclo. “Eu sei que hoje o momento é de dor, de frustração, mas a vida não são só conquistas. Não conseguimos esse ano. Assumo a responsabilidade disso.”
Erros, escolhas e o que poderia ter sido diferente
Paz admitiu que o clube não fez as mudanças necessárias na virada de 2023 para 2024, apesar da campanha histórica que terminou com o Fortaleza em quarto lugar no Brasileirão.
Segundo ele, o time começou o ano vencendo, mas rapidamente mostrou sinais de queda.
“O campeonato cearense foi muito ruim, perdemos para CRB, Sousa, Altos. A coisa não tava legal. Talvez a gente pudesse ter feito mudanças antes na comissão técnica.”
Ele destacou que, apesar do bom desempenho do técnico Juan Pablo Vojvoda em anos anteriores, o clube demorou a reagir. A chegada de Pablo Palermo, na reta final, melhorou o desempenho, mas “não foi suficiente” para evitar a queda.
“É um ano ruim. Desde 2015 foi o primeiro em que não ganhamos nenhum título. A responsabilidade maior é nossa”, afirmou.
Reconstrução e Série B
Marcelo Paz reforçou que o Fortaleza está preparado para disputar a Série B com estrutura, ativos financeiros e capacidade de recuperação. Mas alertou: será necessário reduzir custos e mudar o padrão de investimento.
“Tem que dar um passinho para trás. Em 2026 não vamos ser aquele time que gasta milhões. O orçamento tem que ser adequado à Série B. É uma queda financeira e tem que se ajustar.”
Ele afirmou que o clube já tinha dois planejamentos prontos — permanência ou rebaixamento — e que agora inicia imediatamente o processo de reorganização.
Permanência de Palermo e possível venda de percentual da SAF
Paz declarou que deseja a continuidade do treinador Pablo Palermo: “Por mim, ele fica. Acho que deveria ficar.”
A decisão, porém, também dependerá do técnico e do Conselho de Administração.
Sobre a venda de parte da SAF, disse que a queda não interfere diretamente, mas reconheceu dificuldades macroeconômicas que impediram negociações anteriores.
“Toda entrada de recurso é bem-vinda, mas depende do mercado. Não adianta querer vender por 10 se o mercado paga 6.”
Avaliação pessoal e futuro
Questionado sobre sua permanência, Marcelo Paz afirmou que a decisão será tomada em conjunto com o Conselho de Administração, ponderando o que for melhor para o clube e também para sua vida pessoal.
Ele fez um desabafo forte sobre críticas recebidas ao longo da temporada:
“Fui exposto, humilhado, ridicularizado. E vi muita gente de braços cruzados. Também tenho que pensar em mim, na minha família.”
Ainda assim, reforçou o compromisso com a história construída:
“Tenho orgulho de tudo que vivi no Fortaleza. Mãos limpas, sempre. Se o torcedor vai reconhecer ou não, paciência.”
O dirigente encerrou ressaltando que o rebaixamento não apaga o ciclo histórico vivido pelo clube, mas que exige imediata reorganização.
“O mais importante é o Fortaleza. É ter calma, agir rápido e mirar nos exemplos de quem caiu e voltou. O clube tem força, tem estrutura e tem respeito. Agora é assimilar, trabalhar e reconstruir.”
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Fonte: gcmais.com.br











