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Medidas na segurança do Ceará após operação no Rio de Janeiro devem ser permanentes, defende especialista

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Medidas na segurança do Ceará após operação no Rio de Janeiro devem ser permanentes, defende especialista

As ações adotadas pelo Governo do Ceará após a operação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, devem ser mantidas em caráter permanente. A avaliação é do sociólogo Carlos Barreira, da Universidade Federal do Ceará (UFC), que considera acertada a decisão das autoridades cearenses de reforçar o monitoramento e a repressão ao crime organizado após a ofensiva fluminense – mas alerta que a resposta precisa ser contínua para ter efeito real.

“As facções hoje, elas dominam uma área muito grande do Brasil como um todo. Domina também várias áreas do estado do Ceará. Eu acho que é uma medida muito correta que está sendo tomada, é quando entra diretamente na questão econômica dessas facções. Eu acho que a única maneira da gente poder parar com esse crescimento das facções é você botar um dedo nesses problemas econômicos das facções”, afirmou. Segundo ele, estratégias duradouras são necessárias para evitar que criminosos se desloquem para o estado, como já ocorreu em anos anteriores.

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A preocupação do especialista surge após autoridades do Ceará confirmarem que havia faccionados cearenses entre os alvos da operação no Rio. A ofensiva, que visava cumprir cem mandados de prisão contra chefes do Comando Vermelho com atuação também no Pará, na Bahia e no Ceará, terminou com mais de 120 mortos, mais de 80 presos e quase 100 armas apreendidas – a maioria fuzis. Pelo menos cinco lideranças do Ceará estariam entre os procurados, mas os nomes dos mortos e presos ainda não foram confirmados oficialmente.

A operação, considerada a mais letal da história recente do Rio, provocou ampla repercussão nacional e críticas de especialistas em segurança. Barreira classificou a ação como desastrosa, destacando relatos de execuções entre os mortos. “Uma operação onde nós estamos falando de mais de 100 pessoas assassinadas, mortas, entre bandidos, policiais, pessoas que inclusive foram mortas em combate, mas mesmo assim têm casos que estão sendo relatados que foram execuções, porque pessoas que foram mortas com um tiro na nuca, isso é classificado, incluindo pela própria polícia, como execução. Então, para mim, a primeira questão é uma preocupação muito grande e uma preocupação que nos leva a refletir essas táticas ou essas ações que estão sendo implementadas no Rio de Janeiro, que serve de lições para nós aqui do estado do Ceará.”

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O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que esteve no Ceará, criticou o modelo adotado no Rio e defendeu uma estratégia nacional e coordenada de enfrentamento às facções criminosas. Ele também reforçou a necessidade da aprovação da PEC da Segurança Pública, que busca ampliar e unificar o combate ao crime organizado no país.

“O crime organizado hoje é um fenômeno, é uma patologia extremamente preocupante, não é mais um fenômeno só local, é nacional e até global. Então é por isso, inclusive, que o Brasil tem uma série de acordos e tratados internacionais dos quais participa de combate à criminalidade organizada”, afirmou o ministro.

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Diante do cenário, o Ceará reforçou barreiras e ações de inteligência para evitar a migração de criminosos – como em 2010, quando, após uma grande operação no Rio, parte da cúpula do crime buscou refúgio em outros estados, como o próprio Ceará.

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Fonte: gcmais.com.br