O número de acidentes envolvendo trens e veículos nas linhas do Metrofor voltou a chamar atenção no Ceará: somente no primeiro semestre de 2025, foram 12 colisões registradas entre automóveis e composições do sistema metroviário, segundo os dados oficiais. Embora o número represente uma redução de 47,8% em relação ao mesmo período de 2024, os casos recentes mostram que a imprudência de condutores ainda coloca vidas em risco e causa prejuízos à operação.
O episódio mais recente aconteceu em Fortaleza, onde duas mulheres ficaram feridas, após o carro em que estavam avançar a cancela e ser atingido por um trem do VLT que fazia o trajeto Mucuripe-Parangaba. Imagens gravadas no local mostram o momento exato da colisão e surpreendem pela imprudência: o veículo é visto desviando de uma das cancelas e acaba atingido em cheio pelo trem, que trafegava em velocidade controlada. As duas ocupantes ficaram presas nas ferragens, mas foram resgatadas com vida e levadas ao hospital.
O acidente em Fortaleza não foi um caso isolado. No início de outubro, em Juazeiro do Norte, outro motorista foi flagrado por câmeras de vigilância atravessando a linha férrea sem respeitar a sinalização. O impacto foi inevitável, embora, desta vez, ninguém tenha ficado ferido. Em razão do incidente, o VLT do Cariri precisou ter sua operação suspensa por um dia inteiro.
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Outro caso de destaque ocorreu em setembro, no bairro Carlito Pamplona, também na capital cearense. Um caminhão invadiu a passagem de nível e acabou atingido por um VLT durante o horário de pico do trânsito. O choque interrompeu a circulação de trens e paralisou o tráfego em boa parte da região. De acordo com o Metrofor, o caminhoneiro não obedeceu à sinalização e foi o responsável direto pelo acidente.
Mesmo com a redução no número de ocorrências, os dados reforçam a necessidade de conscientização. O Metrofor mantém monitoramento 24 horas de todas as linhas, de modo a garantir a precisão das estatísticas. O órgão explica que os trens têm prioridade de passagem, conforme determina o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), já que são veículos mais pesados e com grande dificuldade de frenagem.
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As cancelas instaladas nas passagens têm caráter preventivo, mas não são obrigatórias por lei. O que define a sinalização, segundo a norma, é o aviso “Pare, Olhe e Escute”, que obriga o motorista a interromper o veículo antes de cruzar os trilhos. Apesar da regra, a prática de avançar sobre a linha férrea ainda é comum.
O gerente de tráfego do Metrofor, Antonio Carlos Pereira, reforça que a maioria dos acidentes não ocorre por falhas dos trens, mas por imprudência dos condutores. Ele também lembra que, além do risco à vida, há consequências financeiras para quem causa os acidentes. “O trem para, ele tem que ir para manutenção corretiva e os equipamentos também são danificados. Então o estrago pode ser muito grande e quem é responsável sendo ela, ela será cobrada.”
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Os danos materiais após uma colisão podem incluir reparos em portas, motores e sistemas de controle, além da interrupção de serviços, que afeta milhares de passageiros. O custo da manutenção é elevado e, de acordo com o Metrofor, é possível responsabilizar civilmente o motorista envolvido pela totalidade dos prejuízos.
Para o órgão, o desafio é manter a redução nas estatísticas, combinando fiscalização, sinalização adequada e campanhas educativas. A meta é conscientizar os condutores sobre a importância de respeitar as normas de segurança ferroviária. Cada avanço indevido sobre a linha representa não apenas uma infração, mas um potencial risco de tragédia.
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Fonte: gcmais.com.br












