O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou oito pessoas, entre quatro adultos e quatro adolescentes, pela morte do turista paulista Henrique Marques de Jesus, de 16 anos, assassinado com extrema violência e tortura em Jericoacoara, no litoral cearense, em dezembro de 2024. Henrique foi vítima de um “tribunal do crime”, prática em que indivíduos são sequestrados, torturados e executados por suposta ligação com facções criminosas rivais, segundo o MP. A execução ocorreu sob suspeita equivocada de envolvimento do jovem com uma facção rival, após os agressores terem acesso ao celular da vítima e interpretarem gestos e imagens como símbolos de grupos criminosos adversários.
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Os denunciados serão responsabilizados por homicídio qualificado, incluindo as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel, tortura, impossibilidade de defesa da vítima, ocultação de cadáver e associação criminosa, além do agravante de envolvimento de menores de idade. Conforme a denúncia, o corpo de Henrique foi ocultado na Lagoa do Paraíso, após ter sido brutalmente espancado, incluindo socos, chutes, golpes com paus e pedras, além de disparos na cabeça e mutilação da orelha.
O jovem, que estava passando férias com o pai em Jericoacoara, foi rendido por oito homens enquanto retornava sozinho para sua pousada para carregar o celular. Imagens de câmeras de videomonitoramento registraram o momento em que ele foi imobilizado e levado à força pelos suspeitos. As investigações indicam que o mandante da execução, apelidado de “Pezão”, comandava a ação a partir do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, utilizando telefone celular para dar as ordens. Entre os adultos denunciados estão Anderson Silva Veras (“Gota”), Antônio Carlos Paulino de Almeida (“Pantanal” ou “CL”), Francisco Erlânio Freitas dos Santos (“Dasarea”) e Alex Gomes da Costa (“Pezão”).
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A representação dos adolescentes considera atos infracionais equivalentes a homicídio, com as mesmas qualificadoras que pesam sobre os adultos.
Após a denúncia, cabe ao juiz avaliar e decidir sobre seu recebimento para que os acusados se tornem réus e o processo judicial tenha início. Caso isso ocorra, os denunciados deverão ser defendidos por advogados ou pela Defensoria Pública.
O caso chocou a população e relembra os perigos das rivalidades entre facções criminosas que atingem até mesmo pessoas inocentes, como Henrique, que morreu tragicamente por erro de interpretação ligado a símbolos de gangs criminosas em um ambiente turístico, enquanto aproveitava férias com seu pai.
Esta denúncia representa um importante passo na tentativa de justiça em um crime brutal que expôs a violência e a organização criminosa presentes na região, apontando para a responsabilização formal dos envolvidos e a busca por ordem e segurança na comunidade local.
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Fonte: gcmais.com.br