Fortaleza deve enfrentar um aumento de ocorrências de chuvas intensas e cheias urbanas nos próximos anos, reflexo das mudanças climáticas, segundo especialistas e autoridades locais. O Passaré, bairro ao sul da capital com cerca de 54 mil habitantes e 16% de cobertura vegetal urbana, tem se destacado pelo maior número de chamados à Defesa Civil da cidade, com 84 registros de desastres naturais entre janeiro e julho de 2025, incluindo alagamentos, inundações e desabamentos.
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Moradores já se preparam para a temporada de chuvas: “Entrou água na minha loja e na vizinha também. Eu tive que atravessar com pau, me segurando, porque a água era forte para me levar”, relatou Francisco Eudes da Silva, morador do bairro.
O coronel Haroldo Gondim, coordenador da Defesa Civil de Fortaleza, explica que o padrão de chuvas concentra-se de fevereiro a maio, com pico em março, e este ano houve maior intensidade no Passaré e Barroso, refletindo no aumento das ocorrências atendidas pelo órgão.
O diretor do Centro Estratégico de Excelência em Políticas de Águas e Secas da UFC, Francisco de Assis Souza Filho, alerta para o impacto das emissões de gases de efeito estufa: “Há um sinal muito forte, por vários modelos que a gente analisa de mudança do clima, de aumento da intensidade de chuva na cidade de Fortaleza. Esse aumento faz com que o risco de inundações cresça.”
O especialista ressalta ainda que o crescimento do risco de inundação pressiona os mananciais, como Cocó, Maranguapinho e Rio Ceará, além de desafiar a capacidade de micro e macrodrenagem da cidade. Mapas do Observatório de Riscos Climáticos de Fortaleza, lançado recentemente pela Prefeitura, mostram que cerca de 10% da população e 10% dos domicílios estão em áreas de risco de inundação, especialmente nas margens dos rios Cocó e Maranguapinho.
O observatório, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento de Fortaleza (IPLAN), realiza monitoramento em tempo real das condições meteorológicas por meio de estações distribuídas pela cidade. Artur Bruno, presidente do IPLAN, explica: “A Defesa Civil nos passa os dados de onde ocorrem alagamentos, desabamentos, incêndios, enfim, os dados são recolhidos juntamente com outros órgãos da Prefeitura e nós colocamos no observatório.”
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Especialistas reforçam que as mudanças climáticas exigem ações preventivas imediatas. Uma das propostas é o uso de soluções baseadas na natureza, capazes de reter água nos lotes urbanos e reduzir o impacto das enchentes. “A ideia é trabalhar a cidade como uma cidade esponja, aproveitando a água da chuva de forma sustentável”, destacou Souza Filho.
Para a população, o alerta é ficar atenta às condições climáticas, especialmente nos bairros mais vulneráveis, e acompanhar o monitoramento em tempo real oferecido pelo Observatório de Riscos Climáticos. A prevenção e a adaptação às mudanças climáticas são consideradas fundamentais para reduzir danos e proteger vidas em Fortaleza.
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Fonte: gcmais.com.br












