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Ceará

Município de Baturité tem mais de 400 casos de febre oropouche este ano

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Município de Baturité tem mais de 400 casos de febre oropouche este ano

A febre Oropouche voltou a preocupar autoridades de saúde no Ceará. Apenas entre janeiro e abril de 2025, o estado já registrou mais de 400 casos da doença, número superior ao total de infecções ocorridas durante todo o ano passado. O epicentro do surto está no município de Baturité, que sozinho concentra 403 casos confirmados, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). Outras cidades da região serrana, como Aratuba, Capistrano, Mulungu e Guaramiranga, também notificaram infecções.

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A técnica em enfermagem Rosiane Mondego, moradora de Baturité, foi diagnosticada com a febre após procurar atendimento médico relatando sintomas como febre, dor de cabeça e manchas no corpo.

“Iniciou-se com uma maleza nas pernas, falta de apetite, uma vontade só de deitar. Depois veio dor de cabeça, dor nas juntas. Depois veio a fraqueza. Depois apareceu manchas”, contou.

O secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, Antônio Lima Neto, explica que a doença é relativamente nova no estado, tendo sido detectada pela primeira vez em 2024.

Baturité tem mais de 400 casos de febre oropouche este ano

 

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“É uma doença nova, né? A população cearense tomou conhecimento pela primeira vez no ano passado. Nós tivemos um aumento a partir de maio de 2024. No final do ano, uma diminuição importante e agora, com o início das chuvas, os casos voltaram a aumentar também na mesma região.”

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A febre Oropouche é transmitida pelo mosquito pólvora, diferente do Aedes aegypti, vetor da dengue, zika e chikungunya. O pólvora não vive dentro de casa, mas sim em áreas próximas a plantações, com alta concentração de matéria orgânica, como bananeiras e hortas.

“Ele é um mosquito que vive, sobretudo, em área de peridomicílio, próxima da residência. E que adentra a residência em horários especiais, sobretudo no fim de tarde e início da manhã, para se alimentar. Então, aquele momento é o momento crucial em que você tem que evitar o contato com o mosquito”, alerta Antônio Lima Neto.

O infectologista Lino Alexandre reforça que os sintomas da febre Oropouche podem ser facilmente confundidos com outras arboviroses, como dengue e chikungunya.

“Quando você tem a mialgia, a artralgia da chikungunya, você fica sem conseguir andar, você para mesmo pelo sofrimento da dor. E você vê também a dengue, né, ela é uma doença que confunde, porque a dengue tem dor retocular, tem mialgia. Pode ou não o Oropouche apresentar petequias ou gengivorragia, que já na dengue, se a gente for ter uma dengue grave, a gente pode ter essas alterações.”

Além dos sintomas clássicos como febre, dor no corpo, náuseas e manchas avermelhadas na pele, casos graves podem evoluir para inflamações no sistema nervoso e hemorragias. O diagnóstico é feito por teste laboratorial, e o Ministério da Saúde considera suspeitos os casos com febre persistente por mais de cinco dias, associada a outros sintomas como calafrios, vômitos ou diarreia.

Mesmo sem um tratamento específico, medidas simples de prevenção podem ajudar a conter a propagação da doença. “O uso de repelente é importante. O uso de mosquiteiro, o velho e antigo mosquiteiro. Telar as casas nessas regiões onde pode estar ocorrendo a circulação do vírus da Oropouche. Fazer o uso de roupas adequadas também, de preferência roupas longas ou pijamas. Isso facilita ou vem a melhorar a possibilidade de você não adquirir”, orienta Lino Alexandre.

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Fonte: gcmais.com.br