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O que se sabe sobre o caso da cozinheira morta após se recusar a envenenar policiais no Ceará

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O que se sabe sobre o caso da cozinheira morta após se recusar a envenenar policiais no Ceará

A cozinheira Antônia Ione Rodrigues da Silva, conhecida como Bira, de 45 anos, foi morta a tiros dentro de casa no último sábado (18), no distrito de Flamengo, zona rural de Saboeiro, no sertão do Ceará. A principal linha de investigação aponta que ela foi executada por uma facção criminosa após se recusar a envenenar policiais militares do município.

O caso está sob investigação da Delegacia Regional de Iguatu.

Quem era a vítima

Bira era mãe de dois filhos e trabalhou por anos como cozinheira no destacamento da Polícia Militar de Saboeiro, função que deixou em dezembro de 2024. Bastante conhecida na comunidade, ela mantinha relações próximas com policiais da região.

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O crime

De acordo com informações preliminares, quatro homens invadiram a residência da vítima por volta das 2h da manhã e efetuaram disparos contra ela, que dormia ao lado da filha de 12 anos. A menina não ficou ferida. O filho da vítima, que dormia em outro cômodo, ouviu os tiros e acionou a polícia.

Peritos criminais confirmaram o uso de arma de fogo e não descartaram a possibilidade de arma branca ter sido utilizada.

Motivação

As investigações indicam que o crime teria sido motivado pela recusa da vítima em atender a ordens de uma facção criminosa, que teria exigido que ela colocasse veneno na comida servida aos policiais.

Segundo relatos de moradores e de agentes da PM, Bira já havia comentado que integrantes do grupo criminoso tentaram convencê-la a envenenar os militares. Ela, no entanto, se negou a obedecer.

“Eu enveneno a de vocês, que gostam de vagabundo, mas não a da polícia”, teria dito a cozinheira, segundo testemunhos.

Além disso, há indícios de que ela repasse informações sobre traficantes e membros de facções à polícia, o que teria aumentado sua exposição a ameaças.

Prisões

Três suspeitos — dois homens, de 20 e 21 anos, e um adolescente — foram detidos sob suspeita de participação no crime. Segundo o inquérito, eles seriam membros do Comando Vermelho e líderes do tráfico local.

Os adultos tiveram a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva após audiência de custódia. O adolescente foi apreendido e segue à disposição da Justiça.

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O que dizem os suspeitos

Durante depoimento, todos negaram envolvimento no assassinato. O adolescente relatou que, um dia antes do crime, foi convidado pelos outros dois suspeitos para participar do homicídio, mas afirmou que se recusou a ir.

Ele também declarou que os homens queriam matar Bira por ela “ser amiga da polícia” e por ajudar agentes da região, alegando ter ouvido que a vítima havia sido “decretada” pela facção.

Os outros dois suspeitos confirmaram que a cozinheira costumava repassar informações à polícia, mas negaram qualquer participação direta na execução.

Investigação em andamento

A Polícia Civil do Ceará segue investigando o caso para confirmar a motivação do crime, a autoria dos disparos e a participação efetiva de cada suspeito.
As autoridades também apuram ameaças anteriores feitas à vítima, apontadas por familiares e moradores da região.

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Fonte: gcmais.com.br