A promessa de dinheiro fácil aliada ao fácil acesso por meio de aplicativos tem levado milhões de brasileiros ao vício em jogos de azar. Segundo pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), mais de 2 milhões de pessoas enfrentam problemas relacionados à compulsão por apostas — um transtorno que compromete finanças, saúde mental e relações familiares. A compulsão, conhecida como ludopatia, é considerada uma doença psicológica grave, semelhante ao alcoolismo e à dependência química.
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“O sujeito começa com um mero divertimento, um passatempo, achando que aquilo ali não é nocivo, e de repente ele começa a desenvolver um comportamento compulsivo, ansioso, adictivo pelas apostas”, explica Inácio Diógenes Parente, diretor do Instituto Volta Vida, especializado no tratamento de dependências. Segundo ele, os apostadores perdem a capacidade de controle. “Ele continua apostando mesmo estando perdendo. Vive para jogar e joga para viver”, afirma.
Um dos entrevistados, que preferiu não se identificar, relatou como o vício em apostas online escalou. Ele começou com pequenos valores em apostas esportivas, influenciado por conteúdos na internet, e terminou vendendo o próprio carro para quitar dívidas.
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“Foram várias recaídas. Não sei o valor exato, mas perdi um carro. Depois fiz mais dívidas, que só consegui pagar com a ajuda da minha família”, conta. Atualmente, ele participa do grupo Jogadores Anônimos, onde encontra apoio para se manter longe das apostas. “Minha vida começou a transformar. Já estou há seis meses e 12 dias sem jogar. É só felicidade agora”, celebra.
Outra vítima da ludopatia, uma mulher que também integra o grupo de apoio, perdeu R$ 4 mil em um único mês, incluindo restituição do imposto de renda, salário e férias.
“Me sentia ansiosa e queria extravasar jogando. Tinha dívidas e achava que ia conseguir dinheiro para pagar. Acabei quase perdendo meu casamento”, relata. Casos como o dela têm se tornado cada vez mais comuns. Os especialistas alertam que os sintomas vão muito além da perda financeira, afetando o emocional, o convívio familiar e social, além de exigirem tratamento multidisciplinar com acompanhamento médico e psicológico.
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Fonte: gcmais.com.br