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Produtores do Ceará investem em frutas exóticas como pitaia, tâmara e damasco

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Produtores do Ceará investem em frutas exóticas como pitaia, tâmara e damasco

O Ceará, tradicionalmente conhecido pela produção de frutas tropicais, tem ampliado seu leque agrícola com o cultivo de frutas exóticas, como pitaia, tâmara e damasco. O sucesso desse novo mercado depende da combinação de tecnologia, irrigação e manejo especializado, conforme destaca a reportagem do quadro Caminhos do Agro.

Antônio Carlos, ao experimentar pitaia pela primeira vez, aprovou o sabor da fruta. “É assim que essa fruta nativa de países da América Central e do Cerrado brasileiro vem conquistando o paladar do cearense nos últimos 20 anos”, comenta a reportagem.

Maria de Jesus, que já incorporou a pitaia à sua alimentação, reforça os benefícios da fruta. “Ela tem poucas calorias, pode comer à vontade, que não vai fazer mal nenhum. Ela é boa no suco, dá pra fazer mousse, dá pra tomar no whey. Pra quem malha, é muito bom, porque ela tem muito pouca caloria. Uma pitaia é grande, ela só tem 100 calorias.”

Outra consumidora que descobriu a pitaia recentemente foi Marta Rosa. “Conheci a pitaia em São Paulo. Quando vim morar no Ceará, fiquei feliz ao saber que é produzida aqui. Na minha casa eu uso, o meu filho também usa, né? Porque ele dança, é bailarino e a gente costuma vir muito aqui na Ceasa só comprar essas frutas exóticas que muita gente aqui não conhece e também não come, porque talvez não tenha a chance de experimentar e saber que o sabor dela é maravilhoso.”

O cultivo da pitaia no Ceará é favorecido pelo clima semiárido, solo adequado e pela tecnologia de irrigação e manejo. Atualmente, 25 municípios produzem a fruta, com destaque para os perímetros irrigados de Russas, Jaguaribe e Apodi. A produção local é suficiente para atender à demanda, estimada entre 5 e 8 mil toneladas para este ano, superando os 3.100 toneladas do ano anterior.

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“O cultivo da pitaia chegou no Ceará devagarinho, foi se instalando em alguns municípios. Hoje já estamos com uma grande quantidade de municípios produzindo. O mais próximo nosso aqui é Cascavel e também Palmácia, mas tem uma produção muito boa lá em Juazeiro do Norte, São Benedito e também Russas e Limoeiro. É uma grande produção e a pitaia caiu no nosso gosto”, afirma Odálio Girão, analista de mercado da Ceasa.

Além da pitaia, o Ceará desenvolve técnicas para o cultivo de outras frutas exóticas, como a tâmara. Atualmente, o fruto consumido no Brasil vem de países como Egito, Israel e Turquia, com o quilo custando cerca de 60 reais na Ceasa — um produto caro e bastante apreciado.

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Uma fazenda em Itarema cultiva tamareiras desde 2020, com sucesso na adaptação ao clima e solo do semiárido nordestino. “A tamareira tem uma dupla rentabilidade. Conseguimos trabalhar a produção e comercialização dos frutos através das tamareiras fêmeas e também atuar no mercado paisagístico com as tamareiras macho”, explica o empresário Nilo de Moraes.

A produção local já está em fase de frutificação e deve atender a demanda regional em breve. “A Embrapa, desde a década de 1980, vem pesquisando e trabalhando a produção e o plantio de tamareiras no semiárido nordestino. Hoje em dia, nossa fazenda já produz tâmaras. Com um ano e meio, as nossas tâmaras já estavam florando, validando a tese da Embrapa, inclusive safra precoce no semiárido. A expectativa é iniciar uma safra comercial em 2027”, detalha Nilo.

Gustavo Zanotto, comerciante de frutas exóticas na Ceasa, observa com otimismo o crescimento da produção regional. “A expectativa é muito grande. A gente tá vendo que o pessoal tá facilitando bastante a produção. Como a gente traz há bastante tempo já de fora, é uma fruta que agrega muito valor, é mais caro. Só que o pessoal mesmo adora. É uma fruta que é muito gostosa, doce, bem boa mesmo. E se produzir aqui, acredito que no tempo certo, no manejo certo, tem tudo para dar certo.”

O aumento do consumo dessas frutas exóticas estimula o cultivo regional, fortalece o agronegócio e beneficia os consumidores. “Para o final de ano, todo mundo procura essas frutas, de preferência para o Natal, Ano Novo, pois é a fruta realmente de festas. Então, chegando no Ceará, ou no Nordeste, com a área de microclimas boas, de altitude, podemos produzir e ter uma boa rentabilidade, mais produtos no mercado e preços melhores para o consumidor”, conclui Odálio Girão.

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Fonte: gcmais.com.br