O setor de frutas frescas no Ceará vive um momento de crescimento expressivo, impulsionado pelo fortalecimento das agroindústrias e pela organização de pequenos produtores. Em 2025, a previsão é que o estado alcance a marca de quase 2 milhões de toneladas produzidas, com destaque para frutas como acerola, caju, manga e goiaba. Muitas dessas frutas são destinadas ao processamento em forma de polpas, que abastecem escolas, supermercados e programas de alimentação em todo o país. “Aqui, a acerola, caju e outras frutas são transformadas em polpas prontas para chegar à mesa de famílias, escolas e supermercados”, explica Eliamara Evangelista, engenheira de Alimentos.
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Nas fábricas, o trabalho começa cedo. O ambiente é marcado pelo som das máquinas e pela movimentação constante de trabalhadores que lavam, organizam e processam a matéria-prima que chega de vários municípios nordestinos. O cuidado com a qualidade e segurança alimentar é rigoroso. “Uma qualificação de fornecedor mesmo, bem rigorosa. E todo o processo é controlado: temperatura, análise microbiológica, análise sensorial, controle de rastreabilidade, tanto na linha de produção quanto no produto final, até a entrega no cliente”, detalha Eliamara.
Com 35 anos de atuação no setor, a empresária Patrícia Ribeiro destaca o papel social da indústria na comunidade. “Somos literalmente uma empresa familiar. Estamos há 35 anos no mercado e a gente procura trazer esse sentimento da família pra dentro da empresa. São colaboradores que a gente quer, nosso time, eu gosto de chamar que é nosso time. A gente também preza a comunidade, as pessoas perto da gente. Fazemos com que essas famílias tenham o sustento delas. E o que a gente pode fazer, a gente ajuda, a gente fica perto delas. Hoje a gente vê alguns que já compraram carro, alguns que já mudaram de vida, e a gente fica muito feliz por fazer parte dessa vida deles.”
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O avanço da produção tem o suporte técnico e regulatório da Ematerce, em parceria com o Ministério da Agricultura, que desde 2021 já certificou cerca de 30 pequenas agroindústrias familiares. A técnica em Alimentos da Ematerce, Paloma Lima, explica o processo: “Nós visitamos o produtor, vemos a necessidade, muitas vezes em questão estrutural. Então temos um engenheiro civil que vai lá e faz toda a elaboração das plantas baixas, fazem a estruturação. Muitas vezes eles têm um local que não é tão adequado, então a gente faz uma adequação daquela estrutura. E aí eles podem reformular. Utilizamos também os créditos para que eles tenham uma fonte para que passem essa estruturação. E após fazer a estruturação, a gente submete o processo para que eles solicitem esse selo.”
Além da produção tradicional de polpas, o setor também tem investido em inovação para ampliar o mercado e diversificar os produtos. Sucos prontos e envasados já são realidade em algumas agroindústrias, com foco na praticidade e no consumidor final. “A gente todo dia está estudando produto, todo dia está tentando inventar alguma coisa”, diz Patrícia Ribeiro, mostrando que a criatividade também é um diferencial do segmento.
No Ceará, a indústria de polpas de frutas representa mais do que geração de emprego e renda: é um exemplo de como a combinação entre tecnologia, organização e apoio técnico pode transformar a produção rural em oportunidades reais de desenvolvimento econômico e social. Com o apoio de políticas públicas e o engajamento dos produtores, o estado se consolida como uma referência no setor de alimentos processados.
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Fonte: gcmais.com.br