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Setor de serviços superou o comércio no Ceará, diz presidente da Junta Comercial

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Setor de serviços superou o comércio no Ceará, diz presidente da Junta Comercial

Eduardo Jereissati, presidente da Junta Comercial do Estado do Ceará (Jucec), ressalta que o estado tinha uma expertise no comércio, mas que nos últimos anos isso tem mudado, com um foco maior no setor de serviços. Ele falou sobre o tema na manhã desta terça-feira (21), em entrevista exclusiva ao jornalista Miguel Anderson Costa, no programa Balanço Geral Ceará Manhã, da TV Cidade Fortaleza.

Com isso, explica ele, o setor de serviços se consolidou como o principal segmento da economia cearense em número de empresas registradas. Segundo dados da Junta, o Ceará tem hoje cerca de 1,07 milhão de empresas ativas, das quais 41% atuam na prestação de serviços, 38% no comércio e o restante na indústria. Fortaleza concentra 445 mil empreendimentos, com destaque para setores como moda, turismo e têxtil, que seguem entre os mais representativos da capital.

O presidente da Jucec atribuiu essa mudança de perfil em parte ao avanço da digitalização da economia e à presença de jovens empreendedores, que apostam em novos modelos de negócio. “Nos últimos anos, temos observado uma forte atuação da geração Z, com foco em tecnologia, inovação e prestação de serviços digitais”, disse ele.

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Interiorização

Durante a entrevista, Jereissati destacou que o crescimento do número de empresas está distribuído também pelo interior do estado, impulsionado por políticas públicas e pela desburocratização do empreendedorismo. “O governador sempre nos orienta a olhar para o interior, para que as pessoas possam prosperar onde vivem, sem precisar vir para a capital. A criação de negócios locais ajuda a formar novas classes médias no interior”, disse.

De acordo com ele, a expansão dos pequenos empreendimentos representa uma importante ferramenta de geração de renda e empregos. “Empreender é gerar oportunidades. Muitas empresas começam no quintal de casa e, com o tempo, passam a empregar outras pessoas. Isso movimenta a economia e reduz desigualdades regionais”, ressaltou.

Facilidade para abrir empresas

Jereissati também falou sobre o processo de modernização da Junta Comercial, que transformou a abertura de empresas no Ceará. Com a integração de sistemas e o uso de tecnologia pública, o tempo para formalizar um negócio caiu de 150 dias para apenas cinco minutos no caso de empreendimentos de baixo risco.

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O presidente explicou que a inovação é resultado da Lei 11.598, que estabelece diretrizes e procedimentos para a simplificação na abertura de empresas, de 2007. A partir disso, foi determinado que os dados, e não mais os cidadãos, circulem entre os órgãos públicos. “Hoje, a Receita Federal, a Secretaria da Fazenda e as prefeituras estão interligadas. O empreendedor não precisa mais apresentar os mesmos documentos várias vezes”, explicou.

Uma das ferramentas recentes adotadas no estado do Ceará para ampliar essa simplificação é o Juca, assistente virtual da Jucec disponível no WhatsApp, que utiliza inteligência artificial para orientar o cidadão e auxiliar na formalização de empresas. “Com o Juca, é possível abrir um negócio pelo celular, com assinatura digital via Gov.br. Todo o processo é automatizado e validado eletronicamente”, ressaltou ele, ainda.

Ele também explicou como a legislação atual classifica as empresas conforme o nível de risco: baixo, médio ou alto. Empreendimentos de baixo risco estão dispensados de licenciamento e podem iniciar as atividades imediatamente após o registro – são esses os que podem ser registrados em cinco minutos. Os de médio risco funcionam mediante autodeclaração, com fiscalização posterior, enquanto os de alto risco dependem de análises mais rigorosas, como no caso de padarias e lanchonetes, que manipulam alimentos.

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O presidente lembrou que o Ceará é hoje uma das unidades da federação mais avançadas em digitalização e integração de sistemas. “No passado, abrir uma empresa de baixo risco podia levar até 150 dias. Hoje, o dado é que circula entre os órgãos públicos, e não mais o cidadão. Esse é o grande salto que demos”, afirmou.

Além do registro, a Junta passou a exercer papel ativo no desenvolvimento econômico. “As juntas comerciais deixaram de ser apenas cartórios empresariais. Hoje, temos a missão de facilitar, de estimular o empreendedorismo e garantir que o cidadão possa formalizar seu negócio com agilidade e confiança”, disse ele ainda.

Observatório Jucec

Durante a entrevista, Jereissati anunciou que em breve será lançado o Observatório Jucec, uma plataforma que vai reunir mapas regionais e indicadores econômicos sobre o comportamento das empresas no estado. O objetivo é permitir o acompanhamento das transformações econômicas provocadas por novos polos de investimento.

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Fonte: gcmais.com.br