A taxação de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as exportações brasileiras deve impactar diretamente a economia do Ceará a partir de 1º de agosto, data em que a nova tarifa entra em vigor. O estado responde por R$ 366 milhões das exportações brasileiras em 2025, segundo o Observatório da Indústria do Ceará.
O especialista em comércio exterior Augusto Fernandes destaca a relevância desses produtos para a economia local: “Nós temos produtos que são vendidos para os Estados Unidos de alta relevância para a nossa economia. Estamos falando de laminados de aço, que é R$ 1,2 bilhão por ano. Estamos falando de frutas, um imenso mercado de mais de 500 milhões de dólares por ano, fora dos outros estados que escoam aqui pelo estado do Ceará. Então o impacto é grande. Gigantesco.”
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Além do impacto econômico, a tarifa deve pressionar a inflação e elevar o valor do dólar, o que pode encarecer o consumo no Brasil e comprometer a geração de empregos nos setores de exportação. “Tudo é dolarizado, tudo que existe no mundo material é dolarizado. Então o impacto para quem é o consumidor final, que somos nós a população, é gigantesco”, diz ainda Fernandes.
Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Trump justificou a tarifa como resposta a decisões judiciais brasileiras contra redes sociais americanas, consideradas por ele como “censura”, além de criticar a investigação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe de Estado.
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O secretário de Desenvolvimento Econômico do Ceará, Domingos Filho, afirmou que ainda não é possível medir os impactos da tarifa na economia local, ressaltando a importância da diplomacia federal para a resolução do conflito. “Os 52% das exportações do estado de Ceará vão para a América do Norte, para os Estados Unidos, e o governador Elmano [de Freitas] lógico que, naquilo que o poder local puder contribuir, vai fazer.”
Lula
Em entrevista exclusiva à jornalista Christina Lemos, do Jornal da Record, nesta quinta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu com firmeza à decisão de Trump de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Lula classificou a medida como “desrespeitosa” e afirmou que o Brasil adotará uma postura de diálogo, mas não descarta retaliar os Estados Unidos com a mesma intensidade.
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“Temos a Lei da Reciprocidade aprovada no Congresso. Se ele cobrar 50% da gente, nós vamos cobrar 50% deles”, declarou o presidente, enfatizando que a negociação será a primeira opção, mas que o governo está pronto para reagir de forma proporcional, caso não haja acordo.
Lula também anunciou a criação de um comitê especial para acompanhar a crise comercial, com participação do setor empresarial. “A gente vai acompanhar dia a dia e repensar a política comercial com os americanos”, disse o presidente.
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Fonte: gcmais.com.br