O Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal do Ceará (UFC) aprovou a concessão do título de Doutora Honoris Causa à ativista dos direitos das mulheres Maria da Penha. A aprovação aconteceu por aclamação, em reunião realizada na última sexta-feira (1º).
Para a vice-reitora da UFC, professora Diana Azevedo, a condecoração “permite que a universidade e a sociedade reflitam sobre as causas, formas e consequências de todas as formas de violência contra mulheres, assim como se motivem a se envolverem em mais ações voltadas à prevenção e punição dessa violência”.
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Maria da Penha Maia Fernandes tem 79 anos e é natural de Fortaleza (CE). Farmacêutica bioquímica, formou-se pela UFC no ano de 1966. Sua trajetória é marcada pela luta para a condenação do seu ex-companheiro, após diversas agressões físicas e dupla tentativa de feminicídio que sofreu ao longo do casamento. Considerada um símbolo do combate à violência doméstica, Maria da Penha dá nome à Lei nº 11.340/2006, que estabelece medidas de proteção às mulheres vítimas de violência.
Rodolfo Teófilo
Na ocasião, o Conselho também aprovou a concessão do mesmo título ao escritor sanitarista Rodolfo Teófilo, expoente da literatura naturalista brasileira e creditado como um dos principais contribuintes para ampliar a cobertura vacinal no Ceará, no início do século XX. Essa é a primeira vez em que a UFC concede o título a uma personalidade de forma póstuma, após sua morte.
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Rodolfo Marcos Teófilo (1853-1932) nasceu em Salvador (BA), mas foi trazido pelos pais ao Ceará com apenas um mês de vida. Farmacêutico, atuou no combate à varíola no começo do século XX, desenvolvendo em sua residência a vacina contra a enfermidade que dizimava centenas de pessoas no estado.
Conforme a UFC, a atuação dele incomodou a elite local, em especial o governo Accioly, que perseguiu o estudioso em diversas frentes, liderando um movimento antivacina e de disseminação de notícias falsas. Apesar dos ataques, Teófilo, usando recursos pessoais, empreendeu uma campanha de vacinação que culminou na erradicação da varíola no Ceará.
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Concha Acústica
Também foi aprovado a denominação da Concha Acústica da Reitoria da UFC como “Concha Acústica Bergson Gurjão Farias”. Aluno do curso de Química na UFC entre os anos de 1967 e 1972, Bergson Gurjão foi um dos assassinados pelo regime militar na região do Araguaia, entre os estados do Pará e do atual Tocantins. Seus restos mortais foram localizados nos anos de 1990 após exames de DNA, e o sepultamento ocorreu em 2009, em Fortaleza, encerrando quase quatro décadas de buscas por respostas pela família do estudante.
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Fonte: gcmais.com.br