A CASACOR Ceará 2025 segue aberta à visitação, apresentando uma mostra que homenageia o regionalismo com sofisticação. Ao todo, 34 ambientes foram projetados com forte inspiração no Ceará, tanto na estética quanto nos materiais utilizados. Um dos destaques da exposição é a Casa Cacho, assinada pela arquiteta Paloma Estrela, que traz uma fusão entre o moderno e o tradicional.
“Lá fora a gente tem espaços de memória, um mural todo em homenagem ao Espedito Seleiro e também uma memória antiga, vamos dizer assim, de águas de telhado”, explica. Já no interior da residência, Paloma destaca o aconchego criado com tons escuros e madeira: “Você encontra uma arquitetura mais imponente… com a madeira mais escura, mas para trazer aquele espaço aconchegante”.
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Outro espaço que emociona os visitantes é a loja da Searte, carinhosamente chamada de “casa do mestre”, em homenagem a Espedito Seleiro. O ambiente abriga peças originais do acervo do artesão, como a sandália de solado quadrado feita sob encomenda – igual à usada por Lampião –, o baú pessoal e ferramentas que Espedito utilizava em seu ofício. A proposta do espaço, assinado pelo arquiteto Victo Alves, é valorizar o artesanato cearense como protagonista. “O nosso Ceará é muito rico nessa questão estética, então a gente harmonizou muito bem com o ambiente, com tons mais neutros, onde o artesanato fosse, de fato, o protagonista do ambiente”, afirma.
Na mostra, o design original também se conecta com o contemporâneo, como na cadeira tradicional de Espedito Celeiro que ganhou uma releitura moderna em colaboração com o designer Léo Ferreiro. Já a Brinquedoteca Inclusiva Girassol, assinada pelas arquitetas Liana Feingold e Laura Rios, convida o público – crianças e adultos – a uma experiência sensorial e emocional.
“Ela estimula o tato, quando você pisa em um chão como esse, feito totalmente de material reciclado. Estimula a audição, quando você escuta os barulhos da infância. Estimula o olfato, com esse cheirinho de memória”, explicam. O espaço ainda conta com um “ninho” acolhedor, pensado para promover um sentimento de pertencimento e segurança.
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Liana Feingold destaca que o projeto da brinquedoteca vai além da estética, sendo guiado pelos princípios da neuroarquitetura para acolher o público neurodivergente. “Aqui, linhas, detalhes e cores sutis se destacam. Os terrosos abraçam, conectam desde o terroso do piso, te faz conectar com o céu, olhar para o céu, tudo isso dentro das formas do nosso homenageado, que é o mestre Espedito Seleiro”, afirma. A proposta foi criar um ambiente acessível, lúdico e ao mesmo tempo íntimo, que desperta memórias afetivas e sensoriais.
Todos os materiais utilizados foram cuidadosamente escolhidos para alinhar beleza e sustentabilidade. A brinquedoteca utiliza palha, madeira do cemitério de árvores de Cumbi, maracás dos indígenas Anacés, vime e punho de rede, criando um universo sensorial e ecológico. Como ressalta Laura Rios:
“Quando a gente traz isso pro universo da criança e a gente apresenta esse material pra ela e ela vê que esse é o natural e não o plástico, ela vai achar lindo, né? Não é porque eu tô dizendo que é lindo, mas é porque ela tá percebendo que aquilo é o mundo natural que ela se reconhece, que ela se vê como a forma da natureza dela”. A CASACOR Ceará 2025, portanto, não apenas celebra o design, mas também a identidade, a memória e a sustentabilidade como pilares da arquitetura contemporânea.
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Fonte: gcmais.com.br