O desmatamento no Ceará cresceu 28% entre 2022 e 2023, de acordo com dados do MapBiomas, colocando o estado em uma situação de alerta em relação à degradação do bioma da Caatinga. A informação foi destacada durante audiência pública promovida pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), realizada na tarde desta segunda-feira (28/04). O encontro discutiu o avanço da desertificação no semiárido cearense e estratégias de enfrentamento ao problema.
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Proposto pelo deputado Renato Roseno (Psol), o debate teve como base um estudo do Instituto Escolhas, que aponta a crescente pressão sobre a Caatinga desde o período colonial. O parlamentar criticou o aumento do desmatamento para projetos de infraestrutura energética, destacando a contradição: cerca de 126 mil hectares foram desmatados no estado para implantação de empreendimentos que se apresentam como sustentáveis. “Isso mostra que o desenvolvimento precisa ser revisto sob a ótica ambiental”, afirmou Roseno.
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Durante a audiência, o presidente da Funceme, Eduardo Sávio Martins, alertou que 11,5% do território cearense já apresenta áreas degradadas em processo de desertificação. Ele apontou a ação humana como o principal vetor desse cenário, agravado pelas mudanças climáticas.
Para o enfrentamento, defendeu um esforço conjunto entre governos e comunidades, com investimentos em equipes ambientais municipais, manejo adequado de solo e água, e revisão de legislações. Já Daniel Fernandes Costa, da Associação Caatinga, cobrou mais fiscalização, a criação de novas unidades de conservação e a implantação de um batalhão de polícia ambiental em Crateús — município líder em desmatamento no estado. Ele também ressaltou a importância da Lei nº 18.427/23, que estabelece diretrizes para o pagamento por serviços ambientais, mas ainda é pouco aproveitada.
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Fonte: gcmais.com.br