Médicos que atuam na rede pública de saúde do município de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, decidiram, em assembleia realizada na última sexta-feira (23), pela paralisação parcial das atividades, caso os salários atrasados não sejam regularizados em até 72 horas. A medida foi comunicada oficialmente à Prefeitura de Caucaia pelo Sindicato dos Médicos do Ceará, que denuncia o descumprimento de obrigações contratuais por parte da gestão municipal.
O Portal GCMAIS entrou em contato com a assessoria da Prefeitura de Caucaia e aguarda resposta sobre as denúncias e os pagamentos em atraso.
De acordo com o sindicato, os médicos das UPAs da Jurema e do Centro, bem como do Hospital e Maternidade Santa Terezinha, não receberam os salários referentes aos meses de novembro e dezembro de 2024, além de abril de 2025. A situação também se repete nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), onde os profissionais relatam a ausência do pagamento de dezembro do ano passado.
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No Hospital Municipal Abelardo Gadelha, os atrasos seguem o mesmo padrão, com os mesmos meses em aberto. Além disso, médicos da unidade alegam ter recebido o pagamento de março deste ano com desconto de 3% sobre o valor devido, o que agrava ainda mais a insatisfação da categoria.
O presidente do Sindicato dos Médicos, Dr. Edmar Fernandes, afirmou que a decisão foi tomada com pesar, mas é necessária diante da precarização das condições de trabalho.
“Esta decisão foi tomada com profunda preocupação, pois os profissionais de saúde não possuem mais condições de continuar suas atividades nas atuais circunstâncias. Estamos seguindo o prazo de 72 horas, conforme estabelecido pela legislação, e em respeito aos pacientes, especialmente àqueles que se encontram internados e que dependem dos cuidados médicos”, afirmou.
Médicos de Caucaia notificam Prefeitura e dão prazo de 72 horas para regularização de salários
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A paralisação, caso se concretize, manterá os atendimentos de urgência e emergência. Nas UPAs, serão atendidos apenas os casos classificados como “Laranja” e “Vermelho”, enquanto nos hospitais apenas urgências e emergências serão mantidas, com a suspensão de consultas e procedimentos eletivos. Nas UBS, a dinâmica será a mesma. Já na maternidade, apenas ultrassonografias de urgência e emergência serão realizadas.
Amparados pelo Código de Ética Médica (Resolução CFM n° 2.217/2018), os médicos reforçam que têm direito à recusa do exercício profissional em condições indignas ou que coloquem em risco a saúde dos pacientes ou dos próprios trabalhadores.
Como forma de mobilização, o sindicato convocou um ato unificado para a próxima terça-feira, 27 de maio, às 8h30, em frente à Secretaria de Saúde de Caucaia. O protesto pretende dar visibilidade à situação e pressionar por soluções concretas diante dos atrasos salariais e da deterioração das condições de trabalho nas unidades de saúde do município.
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Fonte: gcmais.com.br
