O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou nesta quinta-feira (19) quatro pessoas pelo assassinato de Maria Madalena Marques Matsunobu, de 64 anos. O ex-genro da vítima e três policiais militares (PMs) são suspeitos de terem envolvimento na morte da servidora pública. O crime ocorreu no bairro Urucunema, em Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza, na madrugada de 5 de abril deste ano.
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Entre os denunciados estão o ex-genro da vítima, o tecnólogo em eletrotécnica industrial Marcos Ozébio Pires, de 40 anos, e três policiais militares:
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Rebeca Júlia de Almeida Canuto, de 23 anos;
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Rodrigo Aguiar Braga, de 39;
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Wellington Xavier de Farias, de 34.
Assassinato teria sido motivado por disputa judicial
De acordo com a denúncia, o ex-genro encomendou a morte da servidora pública com os três PMs por causa de uma disputa judicial pela guarda dos dois filhos, netos da vítima. Além disso, havia conflito sobre a pensão deixada pela filha de Maria Madalena, ex-companheira de Marcos, falecida em 2018.
Segundo a Polícia Civil, dois homens invadiram a casa da vítima de madrugada, enquanto ela dormia, e efetuaram disparos contra ela. Antes de deixar o local, os criminosos retiraram os cartões de memória do sistema de câmeras da residência, tentando apagar provas.
Imagens de videomonitoramento da região mostram dois homens em uma moto com placa adulterada nas proximidades da residência no horário do crime. A investigação descobriu que a motocicleta pertencia à esposa de Rodrigo, um dos PMs. Além disso, o carro de Rebeca Júlia foi identificado monitorando a casa da vítima dias antes do homicídio.
Histórico de ameaças e medida protetiva
Testemunhas relataram que Marcos ameaçava Maria Madalena desde 2018. A vítima chegou a conseguir uma medida protetiva contra o ex-genro. Em março deste ano, após conseguir na Justiça a guarda dos netos, ela desabafou que “sabia que iria sofrer muito, porque Marcos não iria lhe deixar em paz”.
Um depoente relatou que ouviu Marcos ameaçar Maria Madalena por telefone, dizendo: “Você vai me devolver meus filhos hoje… senão, vou acabar com você.”
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PMs também são investigados por outro assassinato
Os três policiais já estavam presos desde 9 de maio, acusados de envolvimento na morte do empresário Vinícius Cunha Batista, assassinado em 30 de abril no bairro Luciano Cavalcante, em Fortaleza. A vítima havia saído de uma padaria quando foi morta por dois homens em uma moto, com placa clonada, identificados como Rodrigo e Wellington. Um carro de apoio, pertencente a Rebeca, foi visto nas proximidades.
Na denúncia sobre Maria Madalena, o promotor Elio Ferraz Souto Júnior aponta indícios de que Wellington integraria um grupo de sicários, que se utilizam do treinamento policial para cometer assassinatos por encomenda. Rebeca e Rodrigo também são considerados parte do suposto grupo de extermínio, que operaria de forma coordenada.
Situação atual dos acusados
Marcos Ozébio Pires foi preso preventivamente em 9 de junho. Em depoimento, negou participação no crime e afirmou estar em casa na noite do assassinato.
Os três PMs ainda não foram ouvidos formalmente sobre o caso Maria Madalena. A investigação segue com a análise de celulares apreendidos e outras diligências em andamento.
Ainda não se sabe quem mandou matar o empresário Vinícius, cuja morte pode estar ligada ao mesmo grupo criminoso.
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Fonte: gcmais.com.br
