O Ceará registrou um aumento de 12% no número de mortes violentas nos primeiros três meses de 2024, em comparação com o mesmo período do ano passado. Embora a liderança de grupos criminosos possa estar ligada a esses casos, especialistas ressaltam que há outros fatores em que devem ser analisados.
Recentes casos de homicídios ilustram o cenário de violência no Ceará. Na manhã de terça-feira (23), um funcionário foi morto a tiros e teve a cabeça decapitada dentro do Hospital Instituto Doutor José Frota, em Fortaleza. O zelador foi encontrado caído no refeitório da unidade hospitalar, enquanto outra pessoa ficou ferida. O suspeito fugiu após o crime, mas foi capturado no mesmo dia.
Também na manhã de terça-feira (23), um adolescente de 16 anos foi morto dentro de uma escola municipal no bairro Passaré, na capital. O jovem foi surpreendido por um atirador enquanto deixava sua irmã na instituição de ensino, sendo alvejado fatalmente na cabeça. O suspeito do crime, um adolescente, foi capturado na quarta-feira (24).
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No mesmo dia, um casal foi executado a tiros em uma barraca de praia na Praia da Tabuba, em Caucaia, região metropolitana de Fortaleza. O homem morreu no local, enquanto a mulher, mesmo socorrida, não resistiu aos ferimentos.
Esses casos destacam a urgência em lidar com o aumento dos assassinatos e preocupam os especialistas em segurança pública.
“Nós temos movimentações de confronto tanto entre grupos já consolidados como fragmentação desses grupos, o que cria um outro problema e até o surgimento de novos grupos que acabam tensionando esse cenário e consequentemente isso faz com que exista uma evolução do conflito”, detalha Luiz Fábio Paiva, pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará.
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Dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) revelam que, de janeiro a março deste ano, foram registradas 819 vítimas no estado, incluindo casos de homicídio, feminicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. No mesmo período de 2023, foram registrados 730 casos, representando um aumento de 12%.
O sociólogo e pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará atribui o avanço da violência a fatores além da atuação de grupos criminosos.
“Observamos uma cultura da agressividade que reivindica uma masculinidade baseada na violência. Quando frustrados, muitos indivíduos recorrem à violência como forma de resolver seus problemas”, declara o especialista.
Além disso, ele destaca ainda a necessidade de políticas de educação e assistência social para frear o avanço das mortes violentas no Ceará.
Confira mais detalhes na reportagem
Número de mortes violentas aumenta no Ceará
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Fonte: gcmais.com.br