A queda de árvores de grande porte, principalmente em áreas residenciais e comerciais, tem gerado não apenas prejuízos materiais, mas também exposto vidas a riscos severos. A cidade de Fortaleza tem testemunhado tragédias que poderiam ser evitadas com um melhor cuidado e monitoramento das árvores em espaços públicos e privados. Um exemplo trágico ocorreu nesta sexta-feira, no bairro Mondubim, onde uma grande cajazeira desabou sobre três das cinco casas de uma família, causando ferimentos e destruição.
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A queda da árvore aconteceu por volta de uma e meia da manhã, enquanto a maioria dos moradores estava dormindo. Micael Santos, estudante e membro da família, descreve o momento como um verdadeiro pesadelo: “Houve um estrondo muito grande. Na hora que eu saí, meu primo estava na rede. Ele ficou muito machucado, a telha caiu em cima dele.” Micael relembra o susto e a dor vivida por todos, destacando que, apesar dos danos, a situação poderia ter sido muito pior. “Se a árvore tivesse caído um pouco mais, poderia ter levado a casa inteira e até atingido quem estava na garagem”, completou.
Dois membros da família ficaram feridos, um adulto com lesões na perna e um adolescente que sofreu danos mais graves, incluindo na cabeça. Este último precisou ser socorrido às pressas para o hospital.
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O pior poderia ter acontecido se os familiares não tivessem decidido, naquele dia, não realizar a tradicional “caranguejada” sob a árvore, uma reunião que acontecia todas as quintas-feiras e que costuma se estender até a madrugada. “Ontem, não sei o que aconteceu, mas preferimos ficar em casa. Todos costumavam se reunir embaixo dessa árvore”, explicou Ana Caroline, vendedora e membro da família.
A tragédia foi um alerta para os riscos de árvores mal cuidadas em áreas urbanas. A Cajazeira que caiu no Mondubim não foi a única árvore a representar perigo. Em outra área do bairro, Cícero Tonheiro, armador de ferragens, relatou uma situação semelhante: “Já fizemos denúncias na prefeitura há mais de cinco anos, mas nada foi resolvido. Olhe essas árvores aqui, já estão prestes a cair. Se nada for feito, a história pode se repetir”, alertou Cícero.
A preocupação com a segurança das árvores não é um caso isolado. Em toda a cidade, muitas árvores de grande porte têm crescido descontroladamente, representando riscos a pedestres, motoristas e moradores. “O problema é a falta de cuidado. As árvores precisam de manutenção preventiva, especialmente as de grande porte, que têm raízes profundas e podem ser mais frágeis. Quando isso não acontece, é como uma bomba-relógio”, afirmou Antônio Marcos, eletricista e morador local.
O Subtenente Odair, do Corpo de Bombeiros, destaca a importância de ações preventivas. “Quem planta uma árvore tem a responsabilidade de cuidar dela. Se for uma árvore em via pública, a responsabilidade é dos órgãos competentes, como a prefeitura”, alertou. Ele ainda fez um apelo para que as autoridades se atentem ao crescimento das árvores e realizem podas e manutenções regulares. “Árvores que passam de 10 a 15 metros precisam de cuidados especiais, senão essas tragédias podem se tornar cada vez mais comuns”, completou.
Enquanto isso, as vítimas da queda da cajazeira, como Mailson Eudes, mecânico, tentam lidar com os prejuízos. “Agora é esperar pela perícia e torcer para que tudo seja resolvido”, disse, referindo-se ao dano ao seu carro, que também foi atingido pela árvore.
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Fonte: gcmais.com.br